São Paulo, domingo, 25 de maio de 1997
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Impopular, Juppé força ação de Chirac

Menos de 10% querem que premiê siga no cargo

DA REDAÇÃO

Em menos de dois anos, o conservador Alain Juppé, 51, já conquistou o título de primeiro-ministro mais impopular que a França já teve. Segundo pesquisas realizadas mensalmente, apenas cerca de 28% dos franceses aprovam seu governo.
Somada à sua falta de carisma, a reprovação ao líder da Reunião pela República obrigou o presidente Jacques Chirac a intervir diretamente na campanha eleitoral mais de uma vez -o que não é costumeiro na vida política da França, onde o presidente se encarrega dos assuntos de defesa e política externa, e o premiê, da condução do país.
Quando foi levado à chefia de governo por Chirac, após dois anos como chanceler, o cientista político Juppé era tido como um político promissor.
Mas hoje ele simboliza o descontentamento do eleitor francês com o governo. Ele e suas medidas de austeridade são associados ao desemprego recorde (12,8%), a cortes nos gastos públicos e com a Previdência, ao congelamento dos salários do funcionalismo público e a diversas manifestações e greves.
Embora as pesquisas mostrem que menos de 10% dos eleitores querem que Juppé seja novamente indicado premiê em caso de vitória da direita, membros do governo dizem que Chirac deve fazê-lo.
Mas manter o escudeiro de 20 anos seria um problema menor para Chirac perto de outra possibilidade: derrota da direita. Nesse caso, o presidente terá perdido a maior aposta de sua carreira política, antecipação da eleição, que ele esperava ganhar com facilidade para garantir a integração econômica européia e entrar para a história como uma das lideranças mais importantes do processo.
Uma vitória da esquerda obrigaria Chirac a passar cinco de seus sete anos de mandato sob uma "coabitação" -convivendo com um premiê de oposição.
Foi com esse temor que ele fez sua mais marcante participação na campanha eleitoral, que acabou ontem. Na terça-feira, durante um encontro com o chanceler alemão, Helmut Kohl, Chirac disse que a França deve "falar uma só voz".

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