São Paulo, quarta-feira, 28 de maio de 1997
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Okamoto nega pressão e diz que processará acusador

DA REPORTAGEM LOCAL

Paulo Okamoto, ex-presidente do PT paulista, negou ontem ter pressionado prefeituras administradas pelo partido para assinarem contratos com a Cpem. A acusação é de Paulo de Tarso Venceslau, ex-secretário petista em Campinas e São José dos Campos.
"Isso que ele está dizendo é um delírio. O cara está delirando", afirma Okamoto. Ele promete entrar com ação na Justiça contra Venceslau. "O que ele está falando não tem a menor lógica."
"Nunca intermediei nenhum contrato da Cpem. Nunca procurei prefeitos ou secretários de administrações petistas para pedir que eles fizessem contratos com essa empresa", afirmou.
Okamoto disse que sua relação com as administrações municipais do PT "sempre foi política", sem interferir em contratos de empresas com prefeituras do PT.
O ex-dirigente petista afirmou que Venceslau "vem com essa carga agora, exatamente depois que deixou o governo".
"Quando ele estava no governo não fez nenhuma denúncia pública sobre isso", afirmou Okamoto. Segundo ele, Venceslau foi demitido da Prefeitura de São José dos Campos "porque criou problemas e uma série de atritos" com outros petistas.
"Ele queria governar a cidade", afirmou Okamoto. O ex-presidente do PT disse ter tomado conhecimento do esquema da Cpem após a vitória de Ângela Guadagnin (PT) em São José dos Campos.
"Depois da eleição, o Paulo de Tarso me falou que investigava relação da gestão anterior, que era do PRN, com a Cpem", disse. Segundo Okamoto, muitos contratos feitos entre a empresa e prefeituras petistas foram rompidos.
Segundo o ex-presidente do PT, a Cpem fez contratos com várias outras prefeituras que não eram administradas pelo PT.
Okamoto afirmou que a Cpem jamais contribuiu financeiramente para campanhas do PT.
Roberto Teixeira
A reportagem da Folha esteve ontem no escritório de Roberto Teixeira, que, por sua secretária, informou que se manifestará em "momento oportuno".

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