São Paulo, quinta-feira, 29 de maio de 1997
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Minas vende 33% da Cemig por R$ 1,3 bi

Consórcio paga preço mínimo

FERNANDO PAULINO NETO
DA SUCURSAL DO RIO

O governo de Minas vendeu ontem 33% do capital ordinário (com direito a voto) e 14,4% o capital da Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais), pelo preço mínimo de R$ 1,3 bilhão.
O Estado mantém o controle acionário, com 51% do capital ordinário. Os restantes 16% são de pequenos investidores em Bolsas.
O consórcio comprador é liderado pela empresa norte-americana Southern Electric e tem como sócios a AES (sócia da Light), também dos EUA, e o Banco Opportunity, que representa um grupo de fundos de pensão. Os estrangeiros detêm 90% do que foi vendido.
Segundo o vice-governador de Minas, Walfrido Guia, que participou do leilão na Bolsa do Rio, a operação foi feita com sucesso.
"Não foi uma privatização e sim uma desestatização." Guia disse que "o Estado continua a manter o controle da empresa".
O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) financiou a metade do valor do leilão. No acordo para venda, os compradores têm alguns direitos, como o de escolher 4 dos 11 membros do conselho de administração e 3 dos 8 diretores.
Os novos sócios poderão indicar o vice-presidente e os diretores de materiais e de geração e produção de energia. O Estado indica o presidente e os diretores financeiro, de gestão empresarial, de distribuição e de construção e projetos.
Segundo o vice-presidente do BNDES e responsável pela área de desestatização, José Pio Borges, esse foi o terceiro leilão que mais arrecadou dinheiro vivo para o governo, depois dos da Companhia Vale do Rio Doce e da Light. Só foi aceita moeda corrente.
Pio Borges disse ainda que o programa de desestatização rendeu para o governo, em 97, R$ 9 bilhões -foram R$ 6 bilhões em 96.
O diretor da Southern Electric, Cláudio Salles, disse que o grupo estava estudando há muito tempo uma forma de entrar no mercado brasileiro. A empresa domina a geração de energia dos Estados do Sudeste dos EUA e faturou, em 96, cerca de R$ 9 bilhões. "É o primeiro passo concreto para entrar no país", disse.
A AES, sócia da Southern Electric, atua em 35 países. No Brasil, é responsável pela área de geração de energia da Light.

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