São Paulo, sábado, 31 de maio de 1997
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Peugeot vai ao BNDES por empréstimo

Banco recebe consulta

WILSON TOSTA
DA SUCURSAL DO RIO

A Peugeot já consultou extra-oficialmente o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) sobre a possibilidade de obter financiamento para instalar no Brasil a sua nova montadora de carros.
A consulta foi feita por representantes da empresa francesa, que, com o secretário de Indústria e Comércio do Rio, Márcio Fortes, visitaram o banco há três semanas. O BNDES respondeu que poderá financiar até 60% da operação.
Os franceses estimam o investimento inicial em R$ 1 bilhão. Dessa quantia, o BNDES se dispõe a financiar até R$ 600 milhões. O banco também poderá financiar fabricantes de autopeças para os novos veículos.
Para obter o financiamento, os franceses terão de escolher o local em que a nova fábrica funcionará (Rio e Minas disputam a montadora) e apresentar ao BNDES uma carta-consulta, detalhando o projeto.
O documento terá de ser submetido ao comitê de enquadramento do banco. Os empréstimos do BNDES são pagos com correção pela TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) e juros anuais de 5% a 6%.
O governo do Estado do Rio oferece à montadora a possibilidade de emprestar o equivalente a até 75% do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) gerado pela nova fábrica, por dez anos, a juros de 3% ao ano.
Os empréstimos, para financiar capital de giro, seriam feitos pelo Fundes (Fundo de Desenvolvimento Econômico e Social) do Estado, regulamentado em janeiro. O valor emprestado pode chegar a R$ 300 milhões.
A convite da montadora, o presidente do BNDES, Luiz Carlos Mendonça de Barros, visitou esta semana a sede da empresa, na França.
Multinacionais
Desde 1992, o BNDES financia empresas multinacionais, com a condição de que seus projetos gerem emprego e renda no Brasil.
O banco já enquadrou (pré-aprovou) uma carta-consulta da Mercedes, que terá financiamento do BNDES para se instalar em Minas Gerais. Também fornecedores da nova fábrica da Volkswagen em Resende (RJ) são financiados pelo banco.
A General Motors, que vai instalar uma montadora no Rio Grande do Sul, e a Renault, que se prepara para montar uma fábrica no Paraná, também fizeram consultas informais ao BNDES, mas não formalizaram pedidos.

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