São Paulo, domingo, 1 de junho de 1997
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Biopirataria ataca a floresta

MARIO CESAR CARVALHO
ENVIADO ESPECIAL À AMAZÔNIA

O austríaco naturalizado brasileiro Ruediger von Reininghaus, 72, passou quatro anos na prisão durante a Segunda Guerra e sabia o porquê -seu país era aliado de Hitler e ele acabou na mão dos comunistas. Agora, "seu Rogério", como é chamado, pode ser condenado de seis meses a dois anos de prisão e não entende a razão. O Ministério Público do Acre diz que ele pretendia vender o conhecimento dos índios kaxinawá sobre plantas medicinais a laboratórios alemães. Reininghaus diz que é inocente, que fez tudo a pedido dos kaxinawá.
Inocente ou culpado, ele pode se tornar o primeiro réu de um novo tipo de negócio: a biopirataria, o uso de plantas e conhecimentos tradicionais na pesquisa de novos remédios. Laboratórios dos EUA usam plantas da Amazônia para fazer drogas para a diarréia de pacientes com Aids ou herpes genital. Estão de olho num negócio que gira US$ 32 bilhões ao ano -o tamanho do mercado de remédios baseados em plantas.

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