São Paulo, domingo, 1 de junho de 1997
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Ex-presidente Bush ganha a vida falando

The Wall Street Journal
de Nova York

DO "THE WALL STREET JOURNAL"

"Hoje em dia as pessoas ainda estão lendo os lábios do ex-presidente George Bush, mas estão pagando um monte de dinheiro pelo privilégio", diz o diário, brincando com o mote de campanha do ex-presidente dos EUA quando anunciava que não aumentaria impostos.
Bush foi contratado para discursar na cerimônia de inauguração de uma instalação da Atlantic Richfield na China. A companhia pagou US$ 100 mil ao ex-presidente, que tem enorme prestígio na China, diz o "Wall Street".
Durante a cerimônia, Bush pôs os executivos da empresa em contato direto com o presidente chinês, Jiang Zemin. "Eventos como esse ajudam a renovar contatos", disse ao diário Albert Greenstein, porta-voz da Atlantic.
"Bush é uma figura muito conhecida na China. Isso ajuda a melhorar nossa imagem na região". "Desde que deixou a Presidência, Bush, que já era um homem rico, ganhou milhões de dólares falando publicamente para cerca de 40 companhias", diz o "Wall Street".
Segundo o diário, ele já foi à China a serviço de empresas pelo menos oito vezes e visitou outros países da região.
"Normalmente ele cobra US$ 100 mil mais as despesas para aparições no exterior e US$ 80 mil mais as despesas dentro dos EUA", informa o "Wall Street".
O principal atrativo de Bush é seu conhecimento de nomes e faces importantes na China, onde ter contatos políticos é essencial para fazer negócios, explica o diário.
Bush aceita falar para qualquer platéia e ser pago por qualquer empresa desde que isso "não prejudique a imagem da Presidência", diz o seu assessor James McGrath.
Por isso ele não aceita participar do conselho administrativo de nenhuma empresa. No ano passado, ele foi convidado para participar do conselho administrativo da Barrick Gold, diz o jornal.
Para não ferir seus princípios, no entanto, foi preciso criar um cargo especial para Bush: "assessor honorário sênior".

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