São Paulo, domingo, 1 de junho de 1997
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Brasileiro é refém na Colômbia

Sequestro aconteceu há um mês

LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

O engenheiro gaúcho Clóvis Danúbio de Azevedo, 49, está sendo mantido como refém na região norte da Colômbia pelo grupo guerrilheiro colombiano ELN (Exército de Libertação Nacional) desde o último dia 1º de maio.
Azevedo trabalha para a construtora Odebrecht, e o seu filho Marcelo de Azevedo, 26, viajou para a Colômbia esta semana a fim de negociar a sua libertação.
A família, que mora em Montenegro (69 km de Porto Alegre), vinha mantendo o assunto em sigilo.
O objetivo, segundo disse uma irmã de Azevedo à Agência Folha, era preservar a saúde da avó do sequestrado, de 83 anos, que tem problemas cardíacos. A irmã preferiu não se identificar.
Azevedo é funcionário da Odebrecht há 23 anos. Foi transferido há dois anos para a Colômbia, onde trabalha na construção de uma rodovia de 200 quilômetros, na região carbonífera de La Loma.
Além de Marcelo, o engenheiro tem os filhos Sandro, 24, e Simone, 23. É casado com Odete Azevedo, a quem visitava trimestralmente.
A assistente social Maria Franco, da Odebrecht, está hospedada há um mês em um hotel de Montenegro para dar apoio aos parentes de Azevedo. A exemplo da família, Maria Franco não quis falar.
Procurada pela Agência Folha, a assistente social disse que somente o setor de comunicação social da empresa, no Rio de Janeiro, poderia dar informações sobre o caso.
A empresa mantém contatos diários com a família, e a tranquilizou ao dizer que tem a informação de que não se trata das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), grupo responsável, em agosto de 96, pelo sequestro de dois engenheiros mineiros, Demétrio Duarte, e Eduardo Costa.
No caso dos mineiros, a libertação ocorreu apenas no dia 7 de março passado, sete meses depois de iniciado o sequestro.
A Odebrecht mantém três obras na Colômbia atualmente. Tem 1.700 funcionários no país, entre colombianos e brasileiros.

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