São Paulo, segunda-feira, 2 de junho de 1997
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Rapaz some no mar durante ressaca no Rio

DA SUCURSAL DO RIO

Um estudante de 15 anos desapareceu no mar, pelo menos quatro barcos naufragaram e outros nove -oito na praia de Botafogo- encalharam em consequência de forte ressaca que atingiu o litoral do Rio no fim-de-semana.
O fenômeno também destruiu parte de um píer perto do centro e causou a interdição de um trecho da pista do aterro do Flamengo.
Segundo a Diretoria de Hidrogafia e Navegação da Marinha, uma frente fria causou a ressaca. Os ventos chegaram a 60 km/h, e as ondas, a 2 metros de altura. A Marinha prevê que a partir de hoje o problema diminuirá.
O rapaz, identificado como Miranda, passeava, por volta de 16h30 de sábado, com cinco colegas na pista Cláudio Coutinho, uma trilha na base dos morros da Urca e Pão de Açúcar, na Urca (zona sul), usada para caminhadas.
O grupo, de cinco rapazes e uma garota, desceu, a aproximadamente 800 metros do início da trilha, para algumas pedras, cerca de 10 metros abaixo. Uma onda forte atingiu Miranda e Bernardo da Silva, 13, arrastando-os para o mar.
Silva foi içado por um helicóptero da CGOA (Coordenadoria Geral de Operações Aéreas), que lhe atirou uma rede. Miranda desapareceu. Até o fim da tarde de ontem, o corpo do rapaz não fora encontrado. Segundo o Corpo de Bombeiros, as condições do mar -frio, turvo e muito agitado- dificultam o aparecimento do corpo.
Na praia de Botafogo, ontem de manhã, o cenário era de destruição. De madrugada, a ressaca atirara na areia os barcos "Vorter", "Gitane", "Asterix", "Caribe", "Tufi", "Frade Real" e dois botes.
Destroços, boiando no mar e espalhados na areia, indicavam ter havido coisa mais grave. Segundo o Clube de Regatas Guanabara, pelo menos outros três barcos -"Antas", "Digo" e outro não-identificado- afundaram. Outro barco, também não-identificado, foi parar sobre algumas pedras e era dado como destruído.
A maioria das embarcações é de associados do Guanabara, sediado em Botafogo. Os barcos se soltaram e foram empurrados para a terra pelo vento.
O veleiro "Sacatrapo 3"', que estava fundeado no Iate Clube do Rio de Janeiro, também se soltou e foi jogado sobre as pedras da avenida Portugal, na Urca. Um buraco foi aberto no casco.
O mar, ainda forte de manhã, invadiu a pista e arrancou parte do calçamento.
Um píer do projeto Rio-Orlinha, perto do centro, foi destruído: ali, um quiosque sumiu no mar e outro teve de ser removido.
No Arpoador (zona sul), a faixa de areia foi tragada pelo mar. Em Copacabana, na avenida Atlântica, de manhã, ainda havia areia, jogada pela água que, na véspera, atravessara a pista.

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