São Paulo, segunda-feira, 2 de junho de 1997 |
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EUA admitem uso de código em consulado Mas negam que isso seja discriminação JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
O órgão nega, no entanto, que utilize uma política discriminatória para conceder o direito de entrada no país. "Os códigos só são ferramentas para facilitar o trabalho dos funcionários", disse Sherri Evans Harris, advogada do Departamento de Estado, ao juiz Stanley Sporkin, do Tribunal do Distrito de Columbia. Ele está julgando o processo movido pelo diplomata Robert Olsen contra o Departamento de Estado. Ex-vice-cônsul em São Paulo, Olsen diz ter sido demitido em 1994 por discordar dos "conceitos subjetivos", baseados na cor, descendência ou aparência física, usados pelo consulado para dar vistos e pede US$ 750 mil de indenização. O primeiro código era o LP (looks poor) para quem parecesse pobre. O segundo, LR (looks rough), para o "sem educação". O terceiro, TP (talks poor), se o indivíduo se expressasse mal. O quarto, TC (take care), se fosse considerado suspeito. O quinto, RK (rich kid), se aparentasse riqueza. "Quem quer o visto tem de provar moradia em outro país e que só pretende passar um tempo limitado nos EUA", declarou Harris. Segundo o Departamento de Estado, os códigos usados servem apenas para dar informações preliminares para o funcionário que for entrevistar o requerente. "Se quem pede o visto, por exemplo, declarou ter um ótimo emprego ou uma situação financeira boa, mas aparece mal vestido ou fala com um linguajar pobre, os códigos servem para dar dicas ao entrevistador, indicando uma inconsistência no pedido." Segundo o Departamento de Estado, "virtualmente qualquer consulado desenvolve estratégias para aperfeiçoar o processo." O órgão continua afirmando que o motivo para a demissão de Olsen foi "incompetência e insubordinação". Texto Anterior: Ex-faxineiro estuda vira procurador Próximo Texto: MEC cria nova norma de financiamento Índice |
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