São Paulo, segunda-feira, 2 de junho de 1997
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Cooperativas são redescobertas

DA REPORTAGEM LOCAL

O cooperativismo habitacional é um mercado redescoberto, na opinião do consultor João D'Avila.
Segundo D'Avila, na década de 60 o SFH (Sistema Financeiro da Habitação) extinguiu o cooperativismo então existente. O BNH (Banco Nacional da Habitação) passou a responder pelo financiamento de imóveis populares.
Esse tipo de financiamento acabou inviabilizado pelas dívidas acumuladas ao longo dos anos pelo sistema, diz D'Avila.
O mercado distanciou-se, então, do consumidor que recebe entre 10 e 20 salários mínimos.
No final de 93, a empreendedora Rossi lançou o Plano 100, que oferecia imóveis parcelados em cem prestações fixas, inaugurando o reaquecimento do setor.
D'Avila diz que, em 1994, graças à estabilidade da economia, o mercado imobiliário começou a retomada no ritmo de vendas.
"As empreendedoras fizeram parcerias e construções em escala, estimulando grupos de cooperativas, para baixar os custos e os preços, a fim de atingir a classe média e a classe média-baixa", diz.
Em 95, lembra D'Avila, as taxas residuais foram proibidas pelo governo, e os custos das empreendedoras se desequilibraram.
Novamente o mercado abandonou os imóveis de cerca de R$ 40 mil. Assim, em 96, "havia estabilidade econômica e moeda forte, mas faltavam financiamentos para a classe C", afirma D'Avila.
A grande vantagem das cooperativas habitacionais autofinanciadas é oferecer imóveis de baixo custo e com longo parcelamento.
O sistema diminui os custos dos imóveis porque as obras não visam lucro, embora contratem serviços que visam. Os participantes são sócios e não consumidores -portanto, não podem apelar para o Código de Defesa do Consumidor caso se sintam lesados.
Além disso, a cooperativa usa economia em escala. Compra materiais em grande quantidade, facilitando as negociações de preço.

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