São Paulo, segunda-feira, 2 de junho de 1997 |
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Mudando as concessionárias
HELCIO EMERICH "Enquanto a tecnologia do automóvel e os sistemas de produção tiveram uma fantástica evolução nos últimos 80 anos, os métodos de vendas das concessionárias de veículos não mudaram quase nada durante todo esse tempo".A afirmação pode parecer exagerada, mas quem a faz é John Middlebook, gerente geral da Chevrolet, a maior divisão da General Motors norte-americana. Ele deve acreditar no que diz porque está comandando uma verdadeira revolução nos métodos de vendas dos revendedores GM nos Estados Unidos. Entre outras coisas, Middlebrook quer que o interessado na compra de um carro da marca possa fechar o negócio com o concessionário no máximo em 90 minutos (atualmente o processo leva de seis a oito horas). Hoje os vendedores das autorizadas Chevrolet gastam em média 20% do seu tempo ajudando o comprador a escolher o modelo do carro e 80% negociando preço e condições de pagamento. A montadora acha que essa relação deve ser invertida. A GM também está testando um projeto-piloto, chamado "Custom X-Press Delivery" que vai permitir aos compradores de uma Blazer receber o veículo na cor e com os opcionais desejado um dia após ter assinado os papéis no concessionário (hoje a entrega demora de seis a oito semanas). Esses objetivos fazem parte de um plano global que a GM denominou de "Padrões Críticos da Marca", a ser implantado nacionalmente nos Estados Unidos a partir deste ano. A empresa não esconde que se inspirou nos grandes revendedores de carros usados da América, como a Car Max e a AutoNation. Popularmente conhecidos como "Big Boxes", esses varejões oferecem uma enorme variedade de marcas, modelos e opções de preços e a venda se processa com extrema rapidez e nenhuma burocracia. O plano vai enxugar também a rede de distribuição Chevrolet nos EUA: dos atuais 4.400 revendedores autorizados, pelo menos 400 serão descredenciados por não inspirarem nos clientes -segundo Middlebrook- um "consistente sentimento de confiança na marca que representam". Na esteira das mudanças promovidas pela GM para valorizar cada vez mais a fidelidade do consumidor, a Ford norte-americana igualmente anuncia medidas para "sacudir o marasmo" dos sistemas de comercialização da sua rede de distribuição. A notícia, publicada no "The Wall Street Journal", revela que a maior concorrente da GM pretende desenvolver um novo tipo de parceria com os seus revendedores, criando superlojas com os mais modernos e sofisticados procedimentos de vendas para automóveis e caminhões novos e usados. A Ford espera que, no futuro, a união de grupos de concessionários em cadeias nacionais fará com que eles concentrem todos os seus esforços de vendas no combate à concorrência e suas respectivas redes e não, como acontece agora, competindo uns contra os outros. Quem mais perde com a briga entre concessionários da mesma bandeira não é o concessionário e sim a imagem da marca. Texto Anterior: Cooperativas são redescobertas Próximo Texto: O que é isso, companheiros? Índice |
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