São Paulo, segunda-feira, 2 de junho de 1997
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Índice Bovespa avança 61% em 5 meses

GABRIEL J. DE CARVALHO
DA REDAÇÃO

Um investidor que tenha entrado na Bolsa no final de 96 com R$ 100 mil, comprando uma carteira de ações igual à que compõe o Índice Bovespa, com forte participação de Telebrás, tem hoje um patrimônio de R$ 161,1 mil.
Está em 61,14% a alta acumulada pelo Índice Bovespa neste ano.
Mesmo descontando 10% de imposto sobre o ganho líquido com essa carteira de ações, o investidor apuraria R$ 155 mil, contra uma inflação de 4,30% no período, se medida pelo IGP-M. O ganho real teria sido de 48,63%.
O mercado de ações é arriscado por natureza -ainda mais depois de tanta valorização. Ao contrário do que ocorre na renda fixa (juros), o investidor em Bolsa pode aplicar R$ 100 mil e dias depois ver seu patrimônio em R$ 90 mil.
É por isso que o conselho unânime de especialistas para os não-profissionais é o seguinte: diversificar as aplicações e, na renda variável, investir entre 20% e no máximo 30% do disponível.
A simultaneidade da queda dos juros nominais e da alta das Bolsas, entretanto, alargou de tal forma a distância de rentabilidade nesses dois segmentos que o risco da renda variável acabou diluído -pelo menos até agora.
O CDI (juro interbancário), parâmetro da rentabilidade nos FIFs, acumula de janeiro a maio 8,55%. Descontando 15% de Imposto de Renda sobre esse rendimento hipotético, a taxa líquida é de 7,27%.
A diferença em relação aos 61,14% do Ibovespa é de nada menos do que 50%.
Mesmo considerando o IBX, outro índice da Bolsa paulista, menos concentrado em "blue chips" de estatais e com o dobro de papéis, a distância é enorme. O IBX acumula alta de 44,94% neste ano. Líquida, a rentabilidade cai a 40,45%.
As cotas dos fundos de ações e de carteira livre, informa a Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimento), tiveram neste ano valorizações médias de 39,41% e 34,36%, respectivamente, até o último dia 23.
Não é de se estranhar, portanto, que o patrimônio líquido desses fundos, principalmente na carteira livre, não pare de crescer.
Variedade nos fundos
Mesmo entre os fundos de 60 dias, livres de qualquer compulsório -os de 30 recolhem 5%-, poucos são os que dão rendimento bruto pelo menos igual ao CDI.
As taxas de administração ainda são relativamente altas, principalmente nos grandes bancos de varejo, na faixa de 2% a 3% ao ano.
Com o CDI no patamar de 1,6% ao mês, só por conta de uma taxa de administração de 3% ao ano a rentabilidade do fundo cai para 1,35%. Com os 15% de Imposto de Renda, fica em apenas 1,15%.
É algo próximo à caderneta de poupança, que rende menos, mas tem pelo menos a vantagem de ser transparente e isenta de IR.
Não só os fundos de ações, de carteira livre e de derivativos merecem avaliação cautelosa por parte do investidor. Os de renda fixa e DI também devem ser bem avaliados, inclusive quanto à credibilidade do banco administrador.

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