São Paulo, segunda-feira, 2 de junho de 1997
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Artigos esportivos saltam 10%

Copa deve alavancar vendas

JULIANA GARÇON
DA REPORTAGEM LOCAL

Às vésperas da Copa do Mundo da França, o mercado de artigos esportivos passa por uma grande agitação. Cinco empresas ligadas a produtos de alta performance planejam investir, neste ano, pelo menos US$ 52,6 milhões só em marketing e propaganda.
A Footline, distribuidora da marca no país, reserva um décimo do faturamento (US$ 120 milhões em 96) para propaganda e marketing esportivo, ou seja, patrocínio de atletas e eventos. Como o crescimento previsto é de 10% sobre 96, quando vendeu 2,9 milhões de pares de tênis, a Nike deve aplicar US$ 13,2 milhões em marketing.
O investimento da Reebok neste ano será de US$ 12 milhões, de acordo com o diretor de marketing Gabriel Czarnowski. Desse montante, US$ 5 milhões vão para promoção de eventos esportivos e patrocínio de atletas e times de basquete, vôlei e atletismo.
Czarnowski afirma que a Reebok detém 25% do mercado de tênis de alta performance e que, até 99, quer atingir os 35%. A imagem dos atletas patrocinados ajuda a vender os calçados da marca.
Para 97, a expectativa de crescimento da empresa é de 10%. No ano passado, a marca vendeu 3 milhões de pares de tênis, faturando US$ 200 milhões.
Para vender seus tênis, chuteiras e roupas, a Diadora investirá neste ano US$ 1,2 milhão em marketing esportivo e mais US$ 3 milhões em propaganda. Espera assim faturar US$ 35 milhões.
Copa do Mundo
A Cambuci, que detém as marcas Penalty e Asics, prevê para 97 crescimento de 15% sobre 96. Ou seja, faturamento de US$ 160 milhões com calçados, roupas e artigos esportivos como bolas. Investirá 9% do faturamento em marketing -metade para patrocínios e metade para publicidade.
Em 98, ano da Copa do Mundo da França, a Cambuci elevará para 10% ou 12% do faturamento os investimentos em marketing. Mas espera crescer entre 15% e 20% naquele ano. Na semana passada, a empresa assinou um contrato com a rede Bandeirantes para a transmissão dos jogos do campeonato.
As estratégias de marketing responderão, em 97, por US$ 9,5 milhões dos gastos da Umbro. A empresa, tradicional fabricante de chuteiras e material esportivo, faturou US$ 42 milhões no ano passado. Neste ano, passou a produzir uma linha de condicionamento físico -agasalhos e tênis- e espera chegar à marca de US$ 55 milhões.
Futebol
"A fatia mais gorda do mercado esportivo mundial é o futebol", segundo Carlos Toillier, gerente de marketing da Diadora no Brasil. Ele estima em US$ 20 bilhões por ano o potencial mundial do setor. Constatando o potencial do segmento futebol, a Nike entrou, em 96, de sola no mercado de artigos para a modalidade.
"É o esporte mais globalizado do mundo", diz Sonia Contreras, assessora da Nike. A marca já investe na Copa de 98. A seleção brasileira de futebol usa, desde o início do ano, uniformes da Nike. A partir do próximo dia 10, as camisetas devem estar à venda.
A Reebok, por sua vez, tem acordos individuais para que alguns dos jogadores da seleção de futebol usem suas chuteiras. A empresa espera assim "capitalizar a imagem dos atletas para a marca". A Reebok também patrocina a Confederação Olímpica Brasileira.
Além dos altos investimentos em marketing, as empresas têm em comum o sigilo que guardam sobre os valores de seus contratos de patrocínio.

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