São Paulo, segunda-feira, 2 de junho de 1997
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Diadora vai produzir tênis no Brasil a parir do 2º semestre

NEIVALDO JOSÉ GERALDO
ENVIADO ESPECIAL A CAERANO DI SAN MARCO (ITÁLIA)

Tradicional fabricante de material esportivo na Europa, a italiana Diadora vai produzir tênis também no Brasil a partir do segundo semestre deste ano.
O local da fábrica, que terá investimento inicial de US$ 2 milhões, ainda não está definido. Há, segundo a empresa, dois Estados em estudo: Rio Grande do Sul e Ceará.
"O Brasil é prioridade de investimento para a Diadora", diz Roberto Danieli, presidente da empresa. O apetite dos italianos pelo mercado brasileiro, impulsionado pela Copa do Mundo de 98, fará também o grupo produzir chuteiras no país, a partir do ano que vem.
A Diadora opera no Brasil desde maio de 96 associada ao grupo gaúcho Paquetá. Até dezembro do ano passado já havia vendido mais de 200 mil pares de calçados esportivos (importados da Itália ou da Ásia, onde a empresa tem fábricas).
Estratégia
Para faturar US$ 35 milhões no Brasil, como prevê, a Diadora pretende investir US$ 1,2 milhão em marketing esportivo e US$ 3 milhões em propaganda, informa Carlos Toillier, gerente de Marketing da Diadora Brasil.
"Nossa previsão é vender 1,2 milhão de pares de calçados esportivos por ano até o ano 2000", diz Toillier.
No Brasil a disputa pelo mercado de artigos esportivos é acirrada, mas no mundo é brutal. A Nike é hoje a líder e isso não se discute. As demais empresas do setor buscam se manter numa "guerra" pelo segundo lugar.
"O fato de a Nike estar à frente do mercado hoje não quer dizer que estará sempre nessa posição", diz Marzio Brombal, diretor-geral da Diadora na Itália.
Os números, porém, são eloquentes: a Nike fatura mais de US$ 500 milhões em todo o mundo contra os cerca de US$ 245 milhões que a Diadora faturou em 96.
Pé padrão
A Diadora mantém, como todas as outras empresa de material esportivo, um centro de pesquisa, onde o grupo pretende investir até US$ 10 milhões em pesquisa e desenvolvimento até o final do século.
A empresa aposta também no tipo de pé do brasileiro como apelo de vendas. Ele seria muito semelhante ao do europeu, de acordo com Mauro Bianchin, responsável pelo centro de pesquisa da Diadora.
Os calçados produzidos pela empresa seguem esse padrão "normal", que é diferente do pé do norte-americano (grande e chato) ou do asiátio (curto e grosso). "É um diferencial que podemos explorar para alavancar vendas no Brasil", afirma Bianchin.

O jornalista Neivaldo José Geraldo viajou à Itália a convite da Diadora.

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