São Paulo, segunda-feira, 2 de junho de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Futebol de campeão

JUCA KFOURI

Não foi o São Paulo à moda Muricy, porque o time teve sorte e nem sequer jogou para merecer a vitória.
Também não foi o São Paulo à moda Dario, porque em vez dos artilheiros Dodô e Aristizábal quem brilhou foi o goleiro Rogério -e como!
Foi mais o São Paulo à Parreira, porque o time jogou com o regulamento na mão.
O empate bastava para pôr o São Paulo na decisão? Pois mesmo com 11 contra 10 o time de Dario Parreira -isso mesmo!- jogou pisando em ovos.
E não veja aqui crítica alguma a Dario Pereyra, ao contrário. Não só porque ele mostrou uma audácia que poucos técnicos têm ao, por exemplo, tirar Marques nos primeiros 30 minutos, como porque teve a coragem de mostrar que tinha medo do melhor futebol do Santos.
O que vale é que, ao estilo de Parreira, o tricolor está a um passo do título.
Se for campeão, só os santistas se lembrarão de que não foi justa a vitória no segundo jogo do quadrangular final, que o árbitro alemão usou pesos e medidas discutíveis para dar cartão vermelho para um e não para outro e que o pênalti foi daqueles que levam meses sendo discutidos.
O fato é que o São Paulo chegou lá e que, entre a sabedoria de Wanderley Luxemburgo e a inteligência fina de Dario Pereyra, o uruguaio é que está no ponto para também entrar na história.
Desnecessário dizer, ainda, que Denílson faz uma falta do tamanho do Morumbi.
*
Um pênalti claro não marcado contra o Corinthians, outro duvidoso marcado para o São Paulo. E o Santos entrou em seu 14º ano de fila
João Havelange passou quatro Copas do Mundo alardeando honestidade porque o Brasil não ganhava nada sob seu comando na Fifa.
Eduardo Farah faz o mesmo em relação ao seu Guarani há oito anos. Se este é o preço a pagar, menos mal para o Santos que Renato Duprat esteja de saída da Comissão de Arbitragem da FPF.
*
Num jogo gelado e mixuruca, que teve no árbitro a melhor figura, o Corinthians derrotou o Palmeiras como era previsível e chegou à final pelo empate com o São Paulo.
É curioso: seis jogos depois, o melhor futebol do quadrangular foi o do Santos.
Que Corinthians e São Paulo me desmintam e façam uma partida de campeões nesta quinta-feira no Morumbi. Será pedir demais?

Texto Anterior: Vitória pequena para o milionário Corinthians
Próximo Texto: Expulsões facilitam vitória do Corinthians no clássico
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.