São Paulo, segunda-feira, 2 de junho de 1997
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Multishow mostra hoje seis curtas da nova safra nacional

Humor é o traço comum nas produções que vão ao ar à 1h

JOSÉ GERALDO COUTO
ESPECIAL PARA A FOLHA

O curta-metragem brasileiro continua a pleno vapor, mesmo depois da retomada da produção de longas no país. Amostras da nova e da novíssima safra de curtas serão exibidas hoje, à 1h, no canal de TV a cabo Multishow, e a partir de amanhã no MIS de São Paulo (leia abaixo).
O programa do Multishow traz seis filmes. Dois deles são de 1996: "Brevíssima História das Gentes de Santos", de André Klotzel, e "A Origem dos Bebês Segundo Kiki Cavalcanti", de Anna Muylaert.
Os outros quatro se destacaram em anos anteriores: "A Mulher do Atirador de Facas (1989)", de Nilson Villas-Boas, Heidi Tabacof, Marta Assolin, Cida Aidar e Maria Lucia Arroio Lima; "Dente por Dente" (1994), de Alice de Andrade; "Vicente", de Marcos Guttmann; e "Tim Maia" (1987), de Flávio Tambellini.
Humor
O traço comum a todos é o humor. Humor escrachado e irresistível em "Dente por Dente", que explora o tema do medo de dentista encenando o romance entre um dentista sádico (Pedro Cardoso) e uma paciente traumatizada (Leticia Sabatella).
Humor paródico no falso documentário "Brevíssima História das Gentes de Santos", que traça a árvore genealógica de um santista de hoje, chegando até o fundador da cidade, Brás Cubas, em 1536.
Humor maroto e afetuoso em "A Origem dos Bebês Segundo Kiki Cavalcanti", em que uma garotinha esperta junta pedaços de discussões entre os pais (André Abujamra e Marisa Orth) e de conversas com colegas para formar uma teoria muito particular sobre como os bebês vêm ao mundo.
Os outros três filmes são um pouco menos engraçados, mas também têm humor.
Em "Vicente", um final-surpresa tinge de ironia a história de um jovem que se prepara para ser campeão de natação.
"Tim Maia" é um documentário que tira partido da personalidade exuberante e original do cantor. Num momento antológico, ele fala sobre a possibilidade de existirem extraterrestres invisíveis a olho nu, de tão pequenos: "Imagine só, você dá um peido e dizima uma civilização inteira".
O melhor filme do programa, do ponto de vista cinematográfico, é também o menos abertamente cômico. "A Mulher do Atirador de Facas" é um primor de ritmo, tensão e concisão.
Quase sem diálogos, mostra a fatal instabilidade instaurada na relação entre um atirador de facas (Ney Latorraca) e sua parceira de espetáculo (Carla Camurati), quando esta fica grávida.

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