São Paulo, segunda-feira, 2 de junho de 1997 |
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Entenda a divisão de poderes na França
JOÃO BATISTA NATALI
Com o presidente Charles de Gaulle e seus dois sucessores imediatos (Pompidou e Giscard d'Estaing), o chefe de Estado e o chefe do Executivo pertenciam sempre à mesma coalizão. Em 1986, no entanto, com a vitória da direita nas eleições legislativas, o presidente socialista François Mitterrand precisou aceitar, como primeiro-ministro, um antigo adversário neogaullista, Jacques Chirac. O cenário se repetiria em 1993. Mitterrand, ao fim de seu segundo mandato presidencial, e com a esquerda novamente minoritária na Assembléia, passou a dividir o poder com o neogaullista Edouard Balladur. O presidente preserva entre suas atribuições a condução da diplomacia e da política de defesa. O primeiro-ministro decide sobre toda a política interna. Há um ritual que Mitterrand instituiu, e que agora Chirac deverá preservar. É o presidente quem comanda reunião semanal do conselho de ministros. Mas, em questões de política interna, ele pode no máximo opinar. Nos grandes encontros internacionais (Europa, G7), é o presidente que chefia a delegação francesa. Nunca entrou em conflito, nessas ocasiões, com o ministro das Relações Exteriores, que pertence, nos períodos de coabitação, a um bloco político adversário ao seu. (JBN) Texto Anterior: Como é a coabitação Próximo Texto: Derrota expõe erro político de Chirac Índice |
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