São Paulo, segunda-feira, 2 de junho de 1997 |
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Banzer vence na Bolívia, diz pesquisa Presidente será definido no Congresso MAURO TAGLIAFERRI
Como não obteve metade mais um dos votos, Banzer enfrentará o segundo colocado em turno indireto, no Congresso -votam para presidente os parlamentares eleitos ontem. A pesquisa, feita em todo o país, indica empate técnico no segundo posto entre Jaime Paz Zamora, do Movimento de Esquerda Revolucionária (MIR), com 17,5%, e Ivo Kuljis, da União Cívica Solidariedade (UCS), com 16,7%. O candidato do governo, Juan Carlos Durán, do Movimento Nacional Revolucionário (MNR) vem em quarto na pesquisa, também com chances de passar ao segundo turno, com 15,9% dos votos. O resultado da votação no Congresso vai depender da votação para o Parlamento e das alianças entre os partidos, que só se tornarão viáveis quando a apuração definir os dois primeiros colocados. O presidente Gonzalo Sánchez de Lozada disse que só descarta se aliar ao partido de Zamora, "porque tem ligações com o narcotráfico". O MNR, de Durán, e a ADN, de Banzer, já fizeram alianças para governar. No geral, a eleição transcorreu sem problemas. As manifestações prometidas pela Central Operária Boliviana não aconteceram. Pela manhã, Sánchez de Lozada disse que o novo sistema, com voto distrital misto -parte dos deputados é eleita por voto majoritário e outra, por proporcional-, pode ter confundido a população. "Tenho a sensação de que o povo da Bolívia não está adequadamente informado sobre as diferenças. Mas a democracia se aprende assim, na prática. Não há por que ter medo", afirmou. Os observadores da Organização dos Estados Americanos (OEA) constataram suspeita de fraude eleitoral em Puerto América, no norte do país. Segundo eles, moradores de outras localidades se registraram para votar na cidade. Ainda assim, o pleito foi considerado o mais democrático da Bolívia. Desde as últimas eleições gerais, em 93, o eleitorado dobrou: de 1,6 milhão de votantes para 3,259 milhões de inscritos em 97. O Congresso tem até 5 de agosto para eleger o próximo presidente, que toma posse no dia 6 de agosto. A votação é oral entre os 130 deputados e 27 senadores. Se houver empate, a votação é repetida. Se ainda persistir o empate, será declarado vencedor o candidato que obteve a maioria simples ontem. A Justiça Eleitoral quer anunciar a soma oficial dos votos de todo o país no próximo dia 21. Texto Anterior: Clinton rejeita pedir desculpas a Jones Próximo Texto: Vencedor quer fazer visita a FHC logo Índice |
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