São Paulo, segunda-feira, 2 de junho de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Vencedor quer fazer visita a FHC logo

MAURO TAGLIAFERRI
DO ENVIADO A LA PAZ

O general Hugo Banzer Sánchez, 71, declarou ontem que gostaria de visitar o presidente Fernando Henrique Cardoso antes de o processo eleitoral no país terminar.
"Se o tempo me permitir, uma das coisas que gostaria de fazer antes que se conclua todo esse processo é visitar o presidente Cardoso", afirmou Banzer à Folha logo depois de votar, em La Paz.
"Tenho muito apreço pessoal pelo presidente Cardoso e sei que é recíproco", acrescentou o candidato pela Ação Democrática Nacionalista (ADN).
O general disse ainda que não considera que seu passado político -ele governou a Bolívia com poderes ditatoriais entre 1971 e 78 e é acusado pela prisão e morte de opositores- possa atrapalhar o relacionamento com o presidente brasileiro -que combateu o regime militar no Brasil.
"Não importa o passado diferente. Somos bons amigos, isso é o que vale, a amizade", declarou.
Hugo Banzer votou às 10h25 (11h25 em Brasília) a uma quadra de sua casa, na Universidade Maior de Santo André (estatal), situada em um bairro tradicional da capital administrativa da Bolívia.
Alianças
Já em clima de negociações -pois precisará garantir sua eleição por meio de alianças políticas no Congresso-, saudou os eleitores dos outros candidatos. "São todos bolivianos, muito queridos. Vamos trabalhar para todos."
Quanto às relações comerciais com o Brasil, Banzer afirmou que pretende concluir o gasoduto que unirá os dois países e iniciar a venda de gás natural ao Brasil.
"Eu o comecei (o gasoduto), há 23 anos. Seria um grande estímulo, um grande orgulho abrir as válvulas do gás", disse.
Outro candidato à presidência comentou a venda de gás para os brasileiros. Segundo Jaime Paz Zamora, 59, do Movimento de Esquerda Revolucionária (MIR), o gasoduto abre chances de negócios entre a Bolívia e o Mercosul. Pesquisa de boca-de-urna mostra que ele tem chances de disputar a eleição no Congresso contra Banzer.
"É um negócio muito importante para os bolivianos no século 21 e tem um efeito multiplicador. O gás vai permitir entrar no coração energético do Mercosul. Isso vai gerar uma quantidade de outros negócios entre a Bolívia e os demais países do Mercosul", afirmou ele à Folha.
(MT)

Texto Anterior: Banzer vence na Bolívia, diz pesquisa
Próximo Texto: Banzer vence na Bolívia, diz pesquisa
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.