São Paulo, quarta-feira, 4 de junho de 1997
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ACM quer CPI exclusiva para o PT

RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do Congresso, senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), defendeu ontem a instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) "exclusiva" para investigar denúncias de corrupção nas prefeituras administradas pelo PT.
O senador disse que as acusações contra o PT, feitas por Paulo de Tarso Venceslau, ex-secretário de municípios administrados por prefeitos do partido, "enfraquecem" a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República, em 1998.
"Acho que as denúncias não inviabilizam a candidatura de Lula, mas a enfraquecem. Isso vai depender das reações lá dentro (do partido)", disse.
O senador baiano foi irônico ao comentar a posição de petistas que querem diluir a investigação sobre a suposta corrupção em uma CPI mais ampla -conhecida como CPI dos Corruptores-, destinada a apurar escândalos antigos.
"Eles (os petistas) gostam tanto de CPI, por que não uma exclusiva para investigar as denúncias contra o próprio partido? E eles ainda deveriam dizer: nós não vamos participar para a apuração ser isenta", disse ACM.
Para o presidente do Congresso, o PT "tem obrigação moral de fazer a CPI exclusiva para investigar as denúncias contra militantes petistas, já que o partido é o maior defensor da instalação de CPIs para investigar escândalos dos partidos da base de sustentação do governo".
A CPI dos Corruptores -também chamada de CPI das Empreiteiras- foi proposta pelo senador Pedro Simon (PMDB-RS), em 95, com o objetivo de apontar e punir as empresas beneficiadas pelo desvio de dinheiro público apurado pela CPI do Orçamento, que resultou na cassação e renúncia de deputados.
Apesar de Simon ter obtido o número de assinaturas necessário à criação da CPI, ela nunca foi instalada porque os partidos governistas não indicaram seus representantes.

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