São Paulo, quarta-feira, 4 de junho de 1997
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Suruagy já admite participação federal

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MACEIÓ

O governador de Alagoas, Divaldo Suruagy (PMDB), admitiu ontem a possibilidade de o governo federal indicar nomes para um novo secretariado no Estado. A participação -uma espécie de "intervenção branca"- teria por objetivo sanear as finanças do Estado.
A medida evitaria a possibilidade de intervenção formal em Alagoas, que passa por grave crise financeira. O Estado não consegue saldar compromissos básicos, como a folha de pagamento dos servidores.
Suruagy nega que a eventual participação do governo na composição de cargos do primeiro escalão em sua gestão esteja relacionada a pressões do Planalto.
"O presidente não sugeriu minha renúncia, não existe a possibilidade de intervenção, nem de intervenção branca e não se cogita nada", afirmou.
A participação federal em sua administração, disse Suruagy, depende apenas de sua vontade. "Se acontecer, a decisão será minha, nunca do presidente da República ou do ministro A ou B", declarou.
O projeto que altera a estrutura do primeiro escalão do governo alagoano e reduz de 13 para 11 o número de secretarias tramita na Assembléia Legislativa e pode ser votado ainda este mês.
A reforma faz parte de um protocolo de saneamento financeiro firmado entre o Estado e a União, em setembro passado. Sem o cumprimento do acordo, a União se nega a liberar recursos para Alagoas.
Suruagy passou a manhã reunido com assessores em seu apartamento para acertar os últimos detalhes da defesa que apresentará hoje na CPI dos Precatórios.
Ele disse que, em seu depoimento, não vai reconhecer qualquer falha do Estado na emissão dos títulos públicos. "Alagoas agiu com a maior boa-fé, não houve dolo."
Para Suruagy, os problemas apontados pela CPI "fazem parte de um conjunto, do qual Alagoas é apenas uma peça muito pequena". Ele diz que as acusações do relator da CPI, senador Roberto Requião (PMDB-PR), "são pessoais e não representam o ponto de vista da CPI, muito menos do Senado".
Requião diz que Alagoas emitiu R$ 301 milhões em títulos com base em uma lista de precatórios forjada. O dinheiro teria sido desviado para pagar obras e usineiros.

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