São Paulo, quarta-feira, 4 de junho de 1997
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Família pede dados da caixa-preta à Justiça

Parentes de mortos reclamam de atraso

DA REPORTAGEM LOCAL

Familiares de cinco vítimas da queda do avião da TAM, acidentado em 31 de outubro do ano passado, em São Paulo, entraram ontem com um mandado de segurança na Justiça Federal em São Paulo pedindo a entrega imediata dos dados da caixa-preta da aeronave.
Os advogados que representam os familiares reclamam que, sete meses após o acidente, a Aeronáutica ainda não divulgou o relatório sobre as causas da queda do Fokker-100, que matou 99 pessoas.
Com os dados da caixa-preta em mãos, os advogados esperam atrair familiares de outras vítimas para a ação que pretendem ingressar na Justiça norte-americana, contra a empresa que eles acreditam ter fabricado a peça que causou o acidente.
"As outras famílias querem esperar pelo relatório para decidir. Os dados da caixa-preta vão mostrar que a falha foi no reverso, e que seu fabricante é que deve ser acionado", diz o advogado Renato Guimarães Júnior.
O reverso é uma espécie de marcha à ré da turbina, usado como freio em aterrissagens e que teria operado irregularmente durante a decolagem do Fokker-100 da TAM, contribuindo para o acidente. O fabricante da peça é uma empresa norte-americana.
O mandado, número 9717139/6, pede que o coronel-aviador Douglas Ferreira Machado, chefe do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), seja obrigado a entregar imediatamente os dados da caixa-preta.
Machado disse ontem, em Brasília, que não tem como cumprir o mandado, caso seja acatado o pedido dos familiares. "A comissão que investiga o acidente é soberana. Eu não tenho os dados da caixa-preta em mãos e não posso obtê-los."
A comissão que investiga o acidente é formada por técnicos da Aeronáutica, engenheiros da TAM e da Fokker e representantes dos órgãos controladores da aviação na Holanda (país de origem da Fokker).

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