São Paulo, quarta-feira, 4 de junho de 1997
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Bancos estaduais ficam fora do mercado externo

Maioria não tem avaliação suficiente de risco de crédito

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Será muito difícil para as estatais e bancos estaduais obter classificação de risco igual ou superior ao da União para captar recursos externos, avaliam especialistas a partir das exigências impostas para limitar o endividamento público.
Isso significa que os problemas da instituição não comprometem sua solidez.
As restrições impostas pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), anunciadas há duas semanas, podem inviabilizar a captação de recursos no exterior por parte de estatais e bancos estaduais, segundo analistas ouvidos pela Folha.
O voto aprovado pelo CMN determina que estatais só poderão tomar empréstimos externos se tiverem classificação de risco igual ou superior à do Brasil. A avaliação deve ser feita por, pelo menos, uma agência internacional.
O presidente da Asbace (Associação dos Bancos Estaduais), Ozias Monteiro Rodrigues, disse à Folha que a medida do governo vai atrasar todos os financiamentos que estavam sendo negociados.
"Nenhuma estatal fez avaliação de risco até hoje e o processo é demorado. Isso vai prejudicar novos investimentos", afirmou.
A avaliação de risco de uma estatal com sua contabilidade em dia leva, no mínimo, 60 dias, segundo a Atlantic Rating.
As estatais e os bancos estaduais não suportariam uma avaliação de rating, porque não alcançam a classificação de risco da União, dizem os analistas de mercado.
Os dados teriam que ser revelados para o mercado externo e interno e, com isso, as empresas e os bancos ficariam desmoralizados.

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