São Paulo, quarta-feira, 4 de junho de 1997
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Argentina vê alta corrupção no governo Carlos Menem

Nenhum entrevistado considera o governo federal honesto

FERNANDO GODINHO
DE BUENOS AIRES

Mais de 90% dos moradores de Buenos Aires consideram elevados os níveis de corrupção no governo do presidente Carlos Menem, segundo pesquisa feita em conjunto pelas empresas Sofres (da França) e Ibope (do Brasil).
A Folha teve acesso à pesquisa, que entrevistou 600 habitantes da capital argentina entre os dias 27 e 30 do mês passado.
Os resultados revelam que 55,1% dos entrevistados consideram "muito alta" a corrupção no governo federal. Outros 38,1% acham que a corrupção é "alta".
Apenas 4,2% avaliam como "baixa" a corrupção no governo Menem -2,6% dos entrevistados não responderam ou não souberam responder, e nenhum dos pesquisados considerou "nula" a corrupção no governo Menem.
Procurada pela Folha para comentar o resultado da pesquisa, a subsecretaria de Imprensa e Difusão da Presidência não respondeu às ligações da reportagem.
Mês típico
O mês de maio foi marcado por diversos casos de corrupção vinculados diretamente ao governo -e até mesmo ao próprio presidente, que está tendo seu patrimônio investigado pela Justiça.
O juiz Adolfo Bagnasco quer saber quem financiou a construção de um aeroporto em Anillaco, cidade natal de Menem, que fica na Província de La Rioja (noroeste).
Há cerca de 15 dias, o mesmo juiz mandou prender Aldo Dadone e Ricardo Martorana, ex-presidentes do Banco Nación e da IBM-Argentina, devido a escândalo envolvendo propinas de US$ 37 milhões. Ambos estão foragidos.
O caso envolve ainda o ex-subsecretário geral da Presidência Juan Carlos Cattáeno e o ex-diretor do Nación Alfredo Aldaco.
A pesquisa realizada pela consultora questionou a população sobre a corrupção em outros setores e grupos da sociedade argentina.
Após o governo federal, a população considerou a existência de corrupção "muito alta" nos meios políticos (47,5%), nos sindicatos (42,9%), no Congresso (38,4%) e entre os empresários (33%).

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