São Paulo, quarta-feira, 4 de junho de 1997
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Filho de megaexecutivo é morto nos EUA

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O filho de Gerald Levin, presidente da Time Warner, maior empresa de comunicação do mundo, foi encontrado morto em seu apartamento de um quarto na avenida Columbus, em Nova York.
Jonathan Levin, 31, era professor de inglês numa escola pública de segundo grau no bairro do Bronx, de classe média baixa e população de maioria negra e hispânica.
Seu corpo foi achado por um colega de escola e vizinho, que decidiu procurá-lo após Jonathan Levin ter faltado a uma reunião de professores no sábado e às aulas na segunda. Ele estava amordaçado e com as pernas amarradas com fita isolante. Segundo a polícia, a morte foi provocada por um tiro de revólver que perfurou seu cérebro.
Vizinhos dizem ter ouvido o cachorro de Jonathan Levin, encontrado preso no quarto, latindo durante todo o fim-de-semana. Policiais dizem não ter qualquer indício de quem possa ter cometido o crime ou por que ele aconteceu. Não havia sinais de que o apartamento tivesse sido arrombado nem de que algum roubo tenha ocorrido. Além do ferimento a bala, o corpo tinha escoriações.
Segundo amigos e conhecidos, Jonathan Levin, solteiro, não demonstrava pertencer à família de um dos executivos mais bem pagos dos EUA. Embora vivesse numa área boa de Manhattan, tinha hábitos modestos como o seu emprego na Tafts High School, onde começou a ensinar em 1995. Diversos alunos se referiram a ele com carinho e relataram que costumava levá-los a jogos de futebol e beisebol, lutas de boxe e jantares em restaurantes. Um desses, Victor Rosado, 18, disse à agência "Associated Press" que Jonathan Levin era "como um pai" para ele.
Jonathan era o mais novo dos três filhos que Gerald Levin teve com Carol Levin no primeiro casamento, encerrado com o divórcio em 1970. Gerald teve dois filhos com a sua atual mulher, Barbara.
Gerald Levin assumiu a presidência da Time Warner em 1992, após a morte do carismático Steve Ross. Ao contrário deste, Levin é uma pessoa discreta, considerada por muitos um burocrata inexpressivo.
O lance mais ousado de sua carreira ocorreu em setembro de 1995, quando resolveu comprar a Turner Broadcasting System (TBS) por US$ 7,5 bilhões, negócio que recolocou a Time Warner no topo da lista das maiores empresas de comunicação do mundo, posição que havia perdido por sete semanas para a Disney, que havia comprado a rede de TV ABC.
Levin tem estado sob pressão para renunciar ao seu cargo há seis meses por causa das dívidas de US$ 17, 5 bilhões da empresa, que faturou em 1996 US$ 19 bilhões.

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