São Paulo, quinta-feira, 5 de junho de 1997
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Problemas atingem outras pontes de SP

RODRIGO VERGARA
DA REPORTAGEM LOCAL

O mau estado de conservação da ponte dos Remédios não é um caso isolado na cidade de São Paulo. Outras pontes sobre as marginais apresentam problemas como infiltrações, vibração excessiva e vigas comprometidas.
A Folha e engenheiros da USP (Universidade de São Paulo) visitaram ontem sete pontes sobre as marginais. Em uma vistoria apenas visual, foram constatados problemas em seis delas. Apenas a da Freguesia do Ó (zona norte) não exibia sinais externos de má conservação (veja quadro ao lado).
As piores condições foram encontradas na ponte do Limão (zona norte).
Ali, na pista local, sentido Lapa-Penha, a viga de concreto armado sobre a pista da marginal já perdeu pedaços da armação de metal que a sustenta, por conta dos sucessivos choques com caminhões que trafegam com excesso de altura.
A reportagem presenciou ontem uma colisão desse tipo. Uma carreta transportando um contêiner com excesso de altura raspou a viga sob a ponte, deixando um rastro de pedriscos e poeira em sua passagem.
"Faltam pedaços do aço que deveria manter a ponte. A viga está parcialmente comprometida", diz Paulo de Mattos Pimenta, 42, professor de engenharia de estruturas e fundações da USP.
Um sinal de deterioração facilmente encontrado são as marcas de água sob as juntas das vigas. Pimenta diz que esse caminho da água é irregular.
"O correto é haver um sistema de coleta da água da chuva para que ela escorra por uma canaleta para fora da estrutura."
Na ponte da Vila Guilherme (zona norte), por exemplo, todas as juntas de vigas apresentavam ontem marcas de água da chuva, apesar de a ponte ter sido pintada recentemente.
"Isso não quer dizer que haja risco de interdição ou do aparecimento de uma fenda como a da ponte dos Remédios. Mas é preciso vistoriar as pontes para determinar a extensão da infiltração."
O risco da infiltração, segundo Pimenta, é que a água corroa os metais que sustentam o concreto. "Essa pintura nova sobre as marcas de água chega a ser prejudicial, porque esconde os sintomas de problemas."
Pimenta diz que vistorias visuais não bastam para definir as ações de manutenção. "É preciso uma manutenção diária, aprofundada, com retirada de amostras de materiais e exame das infiltrações."
Na ponte Cidade Universitária (zona oeste), um dos maiores problemas é a vibração excessiva da ponte em seu ponto central. "Do ponto de vista do conforto do usuário, a oscilação é completamente irregular."

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