São Paulo, quinta-feira, 5 de junho de 1997
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Grupo estuda "biorritmo"

RODRIGO VERGARA
DA REPORTAGEM LOCAL

A iniciativa privada, a Prefeitura de São Paulo e a USP acompanham, há um ano, o "biorritmo" das pontes Bernardo Goldfarb (zona oeste) e República da Armênia (zona sul).
Paulo de Mattos Pimenta, engenheiro e professor da USP, diz que o sistema é o meio mais barato e eficiente de se detectar precocemente deformações e deslocamentos, dois dos problemas mais comuns em estruturas como pontes.
"O custo de manter a marginal fechada por três dias paga o monitoramento em todas as pontes da cidade por três anos", diz o professor.
Pimenta calcula em menos de R$ 50 mil o valor do equipamento necessário para fazer o monitoramento em uma ponte. O acompanhamento custaria, por mês, R$ 10 mil por ponte.
"Um sistema como esse permitiria ter detectado o problema na ponte dos Remédios há meses", afirma o engenheiro.
Pimenta opera o sistema de monitoramento junto com a Emurb (Empresa Municipal de Urbanização) e empresas envolvidas na construção das pontes.
O equipamento consiste em detectores fixados em pontos-chave da ponte. Aumentos ou reduções nas distâncias entre esses sensores significam movimentos na estrutura.
"Esse tipo de monitoramento é utilizado há muito tempo em pontes nos Estados Unidos. Lá, existe até o monitoramento à distância. Os equipamentos são conectados a emissores de sinais de rádio ou linhas telefônicas e enviam os dados periodicamente."
No Brasil, o custo do equipamento inclui o serviço de técnicos que visitam o local, coletam informações e elaboram os boletins. Os dados coletados até agora nas duas pontes monitoradas ainda não permitem avaliações. "São pontes muito novas", diz ele.
O monitoramento vai possibilitar ainda que os engenheiros possam desenvolver modelos matemáticos mais eficientes. "Isso é essencial para podermos fazer simulações em computador, por exemplo."
(RV)

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