São Paulo, quinta-feira, 5 de junho de 1997
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Refém temia o confronto

MARCELO GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

O primeiro refém a deixar a Casa de Detenção foi o agente penitenciário Felisberto Inácio Maria, 51. Queria tomar um copo de água e um refrigerante.
"Colocaram facas no meu pescoço quando nos tomaram como reféns e pouco antes do momento em que a tropa de choque entrou", disse.
Segundo outro refém, o também agente penitenciário Manoel Rui da Silva, 47, os detentos rebelados se revezavam para dormir. "Eles estavam com facas de cozinha e com estiletes."
Silva disse que dormiu apenas 30 minutos durante a madrugada de ontem. "Lá na despensa era muito frio. Eu ficava pensando em minha mulher, meus filhos e meus parentes."
Ele afirmou que ficou com medo de ser morto quando a tropa de choque chegou. "Puseram (os presos) a faca em meu pescoços e em meu peito dizendo que iam me matar se os policiais atirassem."
Mesmo assim, ele disse que concordou com a ação da tropa de choque. "Foi arriscado, mas eu concordo com a ação porque ela deu certo."
Segundo Silva, a entrada da PM na Detenção servirá de exemplo aos outros presos. "Eles não farão mais reféns para conseguir mudar de prisão."
Transferência
Antes de serem transferidos ao CRP (Centro de Readaptação Penitenciária em Taubaté), os 15 presos que se rebelaram foram levados ao COC (Centro de Observação Criminológica).
O COC é um presídio que faz parte do complexo do Carandiru, que tem quatro penitenciárias.
Os detentos transferidos deverão permanecer no COC até hoje.
(MG)

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