São Paulo, segunda-feira, 9 de junho de 1997 |
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Mais um escândalo se vai
FERNANDO RODRIGUES Brasília - Gustavo Kuerten ganhou. FHC mandou um fax dando parabéns. O país tem um novo herói. Na política, Luís Eduardo Magalhães é agora o novo todo-poderoso na Câmara.Assim começa esta semana que deve servir para sepultar o escândalo da hora, o das prefeituras do PT. De toda forma, vale a pena recapitular o que sobrou desse escarcéu petista. Mesmo porque é mais uma crise que passa sem muita gente entender direito o que aconteceu. Há cinco conclusões básicas até agora. Tudo deve ficar nisso mesmo: 1) o pivô do caso foi a Cpem. Essa empresa, de São Bernardo, prestou serviços para centenas de prefeituras do país. Dessas, apenas sete cidades eram administradas pelo PT; 2) é uma besteira sem tamanho dizer que o escândalo foi "do PT". A principal irregularidade apontada foram os contratos sem licitação que a Cpem ganhou das prefeituras. Pois bem, desde 93 essa tal Cpem não atende prefeituras do PT. Mas continuou a servir outras dezenas de cidades, com as quais acertou gordos contratos sem licitação; 3) em 95, a Cpem atendeu 53 prefeituras paulistas. A grande maioria sem licitação. Nenhuma era do PT. Das 53 prefeituras que em 95 contrataram a Cpem, 29 eram do PMDB -o partido foi campeão dos contratos sem licitação com essa empresa; 4) o PT é um ninho de incompetência. Suas instâncias decisórias tiveram os meios e não investigaram as denúncias. A pergunta que não quer calar é se essa omissão ocorreu apenas por incompetência mesmo; 5) os outros partidos são incompetentes e omissos em dobro do que foi o PT. Seus quadros nem sequer produziram denúncias sobre o caso. Mas tudo isso já soa velho e inútil. O país clama por outro escândalo. * Dois avisos aos leitores desta coluna. O telefone da Sucursal de Brasília da Folha mudou para (061) 328-3005. O e-mail deste espaço continua sendo o mesmo para as segundas, quartas e sábados: fernando@uol.com.br Texto Anterior: Damião encontra Lênin Próximo Texto: A mão e a botija Índice |
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