São Paulo, segunda-feira, 9 de junho de 1997
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Mistério tem fim em Abbey road

DO "TRAVEL/THE NEW YORK TIMES"

Seguindo as pegadas de Richard, pegamos o metrô até a estação de St. John's Wood.
Enquanto o trem corria para o norte, miss Hiroko anunciou o resultado da sua pesquisa sobre o Beatle favorito. "Paul, 9 votos; John, 7 votos; George, 2".
O trem parou, e as pessoas começaram a descer. Saí sem saber se Ringo conseguira algum voto.
Nós deixamos a estação de St. John's Wood e marchamos ansiosamente pela Grove End road.
"Não caminhe pela faixa de pedestres sem olhar", Richard nos advertiu nervosamente, como se tivesse perdido, nesse cruzamento, integrantes do tour no passado.
Então, reunimo-nos em volta dele para ouvir sua versão da suposta morte de Paul.
Boato
Richard relembrou desde o rumor original plantado por um jornal universitário até a campanha dos próprios Beatles para capitalizar o boato, em letras e capas de disco. Meu coração quase parou.
Seria aquilo obra dos mesmos iconoclastas da contracultura que eu idolatrei por tanto tempo? Aparentemente, sim. E, ali, em Abbey road, não pude deixar de me sentir mal, retrospectivamente traído.
Depois do passeio, decidi -com 30 anos de atraso- que eu já não fazia mais parte do mercado.

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