São Paulo, segunda-feira, 9 de junho de 1997
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Império Romano cobriu Palmira de ruínas

CLAUDIO WAKAHARA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

As ruínas da antiga Palmira (cidade das palmeiras, localmente conhecida como Tadmor) estão situadas à beira de um oásis em pleno deserto da Síria, a cerca de 100 km a leste de Homs.
Habitada desde o século 19 a.C., foi somente a partir do século 1º d.C., com o estabelecimento e o controle da rota de comércio entre o Mediterrâneo e o rio Eufrates, que a cidade começou a se destacar no panorama político regional.
Incorporada à Província romana da Síria e posteriormente transformada em colônia romana, Palmira desfrutou de grande prestígio e de uma relativa independência em relação a Roma, status garantido devido à fama de seu Exército.
Durante o século 2º, com a queda do movimento no comércio e o avanço do Império Persa, o nobre Odenatus dissolve o Senado e se autoproclama rei de Palmira.
Em 267 d.C., Odenatus é assassinado a mando de sua esposa, Zenóbia, que assume o poder. Sua recusa em submeter-se a Roma faz com que Zenóbia incite seus súditos para uma insurreição.
Vencida, Zenóbia é deportada para uma vila romana, onde viveu o resto de sua vida.
A cidade, contudo, não gozou da mesma sorte. Após nova insurreição e o massacre de todo um destacamento do Exército romano, o imperador Aureliano decide, em 273, pela invasão e destruição completa da cidade.
Ruínas
As ruínas de Palmira são das mais extensas que se encontram em todo o Oriente Médio.
Sobre uma vasta área de planície desértica, estendem-se templos, monumentos, habitações, banhos e túmulos, todos dispostos ao longo de ruas e avenidas de acordo com um plano determinado.
A profusão de detalhes arquitetônicos caídos no solo sugere o montante do trabalho de restauração ainda a ser executado na área.
O templo de Bel (ingresso a R$ 4), localizado a 15 minutos de caminhada da cidade nova, é o monumento palmirenho que está em melhor estado de conservação.
Sua gigantesca parede externa contém a bilheteria e uma pequena livraria repleta de obras sobre a região. No altar central, encontram-se dois santuários com baixos-relevos finamente talhados.
Atravessando a estrada, o Arco Monumental (construído no ano 200 d.C.) direciona o visitante à avenida colunada principal, ao longo da qual aparecem o santuário de Nabo, os Banhos Dioclecianos, o Teatro Romano (muito bem reconstruído), o Senado, a Ágora e outros tantos edifícios.
A área coberta é imensa e exige um dia de caminhada intensa para ser explorada. Durante o caminho, esteja preparado para receber a abordagem de crianças e pastores.
Monumentos
Para além dos limites da cidade de Palmira, ainda há muitas outras construções importantes.
O grupo das torres funerárias, localizado a oeste da cidade, apresenta alguns belos exemplos de decoração interna nas edificações. O uso de baixos-relevos e frisos decorativos é constante. E não é raro eles terem alguma cor aplicada.
Nos subterrâneos podem ser vistos vários exemplos de aplicações da estatuária palmirenha à decoração de mausoléus.
O castelo Árabe, construído no século 18 e localizado em uma das colinas que marcam o horizonte, proporciona uma espetacular vista do conjunto arqueológico. O pôr-do-sol visto desse ponto é inesquecível.
Para a visitação desses locais é necessária a utilização dos serviços de um guia com transporte próprio. Certifique-se dos horários de visitação dos monumentos ou vá buscar as chaves com o guardião no templo de Bel. O ingresso custa R$ 1. (CLAUDIO WAKAHARA)

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