São Paulo, quarta-feira, 11 de junho de 1997 |
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DER errou ao ignorar laudo, afirma Covas
DA REPORTAGEM LOCAL O governador Mário Covas afirmou ontem que o DER (Departamento de Estradas de Rodagem) errou ao não tomar providências concretas quando recebeu um laudo que apontava problemas estruturais na ponte dos Remédios.O laudo foi elaborado pela RF Engenharia em janeiro de 96 a pedido da Secretaria Municipal de Serviços e Obras (SSO). "Nem a prefeitura nem o Estado fizeram a manutenção da parte estrutural. Muito provavelmente um achou que a responsabilidade era do outro", disse Covas. O governador afirmou também que, no momento, a discussão sobre a responsabilidade pelo ocorrido é "sem cabimento". O mais importante agora, segundo afirmou, é tentar liberar as pistas da marginal Tietê, o que já vem sendo feito pela prefeitura. Segundo Covas, primeiro é preciso abrir a marginal Tietê para depois discutir o que será feito com a ponte. "A ponte passa a ser o menos importante", disse. Ele afirmou que, se a marginal for liberada, os reparos na ponte poderão ser feitos sem muitos transtornos para a cidade. Desabamento A ponte dos Remédios já teria desabado se o tráfego sob ela tivesse continuado, afirmou o engenheiro Paulo Taliba, superintendente de obras da Secretaria Municipal de Vias Públicas. "A continuidade do trânsito seria fator determinante para a queda da ponte." Segundo Taliba, a passagem de veículos sob a ponte em alta velocidade, como ocorria normalmente, abriria as trincas e derrubaria a ponte, se o problema não tivesse sido detectado. Segundo Taliba, a passagem mais lenta de carros sob a ponte, como passará a ocorrer, agora que foi feito o escoramento, que estreitou as faixas da marginal Tietê, não faz a ponte trepidar. O engenheiro Walter Farinelli, que hoje cuida da recuperação da ponte dos Remédios, foi o autor do projeto da obra, iniciada em 1967 e entregue em 1968. Segundo Farinelli, se a ponte tivesse passado por manutenção, ela poderia ter durado muito mais. Segundo Farinelli, a ponte "sofreu" muito nos seus primeiros nove anos. Entre 1968 e 1977 (quando foi inaugurado o complexo do Cebolão), a ponte foi a única entrada para a Castelo Branco. O futuro da ponte dos Remédios depende de 16 cabos de aço, cada um formado por uma malha de 9 cabos mais finos, chamados cordoalhas, de 1,5 cm de diâmetro. Esses cabos começaram a ser esticados às 18h de ontem e deles dependia o sucesso da reestruturação da ponte. Depois do início do trabalho, no começo da noite de ontem, a ponte subiu 0,6 cm, depois de ter cedido, de manhã, 4,1 cm. Texto Anterior: Camelôs variam mercadoria Próximo Texto: Ponte faz paulistano antecipar seu rodízio Índice |
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