São Paulo, quarta-feira, 11 de junho de 1997 |
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Vereadores querem mudar rodoanel
ROGÉRIO GENTILE
Os parlamentares, que participaram ontem de um debate promovido pela presidência da Câmara Municipal, não concordam que a obra comece pela região oeste, como foi anunciado. Milton Leite (PMDB), vice-presidente da Câmara, afirma que a obra deveria ser iniciada pelo trecho da região sul, "a mais problemática de São Paulo". "O reflexo no trânsito da cidade seria maior. O que adianta a cidade contribuir com recursos se não estão querendo dar a melhor solução?", diz o vereador. O vereador Milton Leite mora na zona sul, e a maioria dos seus eleitores é dessa região. A participação do governo municipal na obra dependerá da aprovação dos vereadores, que são os responsáveis pela aprovação do Orçamento Municipal (de onde constará a verba que a prefeitura vai investir na obra). Primeiro trecho A comissão intergovernamental que trata do anel rodoviário decidiu que a obra deve ser executada em quatro etapas. O primeiro trecho, previsto para ser iniciado em maio de 1998, vai interligar a Régis Bittencourt com a estrada velha de Campinas, em Perus, passando pelas rodovias Anhanguera, Bandeirantes, Castelo Branco e Raposo Tavares. Essa etapa, de 31,6 quilômetros, custará R$ 494,4 milhões (sendo R$ 106,4 em desapropriações). A prefeitura vai bancar 21,5% da obra, o Estado, 42%, e o governo federal, 21,5%. O resto (15%) será custeado pela iniciativa privada. O segundo trecho vai ligar a Régis Bittencourt com a Anchieta (passando pela Imigrantes) e custará R$ 646,6 milhões. Deve ser iniciado depois do ano 2000. Estão previstos, em seguida, o trecho três (Anchieta-Dutra) e o quatro (Dutra-Perus). No total, a obra custará R$ 2,8 bilhões. "São Paulo entra com o ônus, mas o bônus vai para os outros municípios", diz o vereador Paulo Frange (PDT). Para Antonio Goulart (PMDB), a zona sul deveria ser privilegiada. "Demoro duas horas para chegar de minha casa até aqui, quando o trânsito está bom", diz o vereador, que também mora na região sul. O diretor do DNER-SP (Departamento Nacional de Estradas e Rodagens), Deuzedir Martins, afirma que as prioridades do projeto foram definidas por critérios técnicos e não serão mudadas. "O primeiro trecho será construído em uma área que atende a um grande número de rodovias, desviando o tráfego pesado das marginais", diz. "Além disso, nessa área a execução é mais rápida porque a interferência nas áreas ambientais é menor", diz o diretor. Audiência pública No próximo dia 24, o ministro dos Transportes, Eliseu Padilha, vai participar de audiência pública na Câmara para discutir o rodoanel metropolitano. O presidente da Câmara, Nello Rodolpho, disse que vai convidar também o governador Mário Covas e o prefeito Celso Pitta. O rodoanel terá 161 quilômetros. A obra será executada sob a responsabilidade da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A), que deve abrir uma concorrência pública nos próximos meses. Texto Anterior: Câmara libera médicos do rodízio Próximo Texto: CPTM libera tráfego de trens em Santo André Índice |
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