São Paulo, sábado, 14 de junho de 1997
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PMs ignoram voz de prisão

PAULO PEIXOTO; FÁBIA PRATES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Os praças do Batalhão de Choque, primeira unidade da PM mineira a se rebelar contra os baixos salários, não deram ouvidos à ordem do comando do batalhão para retornarem ao quartel.
Quando deixavam a unidade, por volta das 9h, o comandante do batalhão, tenente-coronel Cançado, determinou que eles retornassem imediatamente e que estavam presos.
"Eles não cumpriram a ordem de retornar. Agora, serão identificados e punidos, de acordo com a participação de cada um", disse o tenente-coronel, que acompanhou o protesto em frente ao Palácio da Liberdade.
Questionado sobre se os oficiais, então, haviam perdido o controle sobre a tropa, ele disse: "Não, isso não existe. Eles apenas resistiram a uma ordem".
Os manifestantes afirmaram, entretanto, que receberam notícias dos quartéis de que alguns militares já estariam presos em função dos protestos.
O comando da PM não havia se manifestado até o início da noite de ontem. Os oficiais que estavam no Copom durante a manifestação dos praças se recusaram a falar. Eles alegaram que somente o comandante-geral, coronel Antônio Carlos Santos, poderia falar pela PM.
1988
Apesar de essa ter sido a primeira manifestação dos praças, em 1988 os oficiais da PM mineira se rebelaram contra o então governador de Minas, Newton Cardoso (PMDB), por não concordar com algumas determinações e punições de oficiais. A crise terminou com a substituição do alto-comando da PM mineira.
(PP e FP)

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