São Paulo, sábado, 14 de junho de 1997
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INFORMÁTICA NA ESCOLA

Quase tão necessário quanto reconhecer a importância da informática para a racionalização das atividades humanas talvez seja dissipar certos mitos e mesmo condutas oportunistas que se propagam em torno desse recurso tecnológico.
O governo federal planeja um grande investimento na informatização das escolas públicas de todo o país. Dada a magnitude dos recursos envolvidos, é importante considerar o exemplo da experiência paulistana nessa área. A Prefeitura de São Paulo planejou a aquisição de 600 laboratórios de informática para as 765 escolas de sua rede (a grande parte, aliás, infantil e de primeiro grau).
O projeto municipal, porém, teve de passar por uma drástica revisão de suas metas. A instalação dos laboratórios de informática, prevista para dois anos atrás, ainda não se efetivou, e a compra dos equipamentos foi suspensa em fevereiro último. Sua implementação, agora, está prevista para o próximo semestre.
E, também à semelhança do que ocorreu no âmbito federal (na execução do projeto TV Escola, voltado para a educação à distância), a tentativa de informatização da rede municipal esbarrou em um obstáculo que, a rigor, seria facilmente previsível: a notória carência de pessoal qualificado para o uso de novas tecnologias. Ademais, constata-se agora também a falta de segurança para a preservação dos futuros laboratórios.
A única diferença entre as ações dos dois Executivos é que, lamentavelmente, o governo federal já está adquirindo os 100 mil computadores para seu projeto de informatização de 6.000 escolas públicas.
Diferentemente das inúmeras e menos pretensiosas iniciativas das quais depende um autêntico aprimoramento da qualidade de ensino da rede pública, a criação desses laboratórios tem visibilidade para o grande público. Daí a se criarem reais condições para um uso pedagogicamente eficaz dos laboratórios, bem como para sua conservação e atualização, vai um longo caminho que, infelizmente, o poder público não leva na devida conta.

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