São Paulo, domingo, 15 de junho de 1997
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População não vê eficácia no programa

ROGERIO SCHLEGEL
DA REPORTAGEM LOCAL

A população de São Paulo admite que o rodízio tem efeitos. Só que contra os congestionamentos -não contra a poluição, motivo usado pela Secretaria do Meio Ambiente para justificar o programa.
Entre os entrevistados pelo Datafolha, 54% acreditam que a operação traz benefícios para o trânsito e 62% dizem não ver resultados no que toca ao combate a poluentes.
Os organizadores do rodízio sustentam que não é possível apresentar um número preciso para a diminuição da poluição obtida pela restrição à circulação de veículos.
Mas apresentam um raciocínio consistente para mostrar a vantagem da operação: os carros são responsáveis por boa parte dos poluentes lançados na atmosfera; com menos carros rodando e parados em engarrafamentos, é claro que diminui a emissão de gases e partículas poluentes.
A explicação, repetida pela secretaria no rodízio do ano passado, parece ter convencido alguns paulistanos, que, por enquanto, ainda formam uma minoria. De 96 para cá, aumentou de 30% para 37% o grupo dos que acreditam em resultados contra a poluição.
Entre os que são a favor do programa, há um empate técnico, considerando que a margem de erro da pesquisa é de cinco pontos percentuais: 48% acreditam que é eficaz contra a poluição e 51% não vêem benefício nessa área.
Também nesse grupo é maior o número dos que vêem mais efeitos contra o trânsito do que contra a poluição. Deram essa resposta 48% dos entrevistados, e apenas 16% avaliam que o impacto do rodízio é maior contra os poluentes.
No universo geral, não passam de 14% os que acreditam que a operação é mais efetiva na melhoria do ar.
Menos transtorno
O rodízio do ano passado parece ter ensinado ao paulistano que a operação causa menos transtornos do que sugere à primeira vista.
Em 96, 29% responderam que iria atrapalhar muito sua rotina; agora o índice caiu para 21%. Também aumentou o grupo dos que acham que o programa não atrapalha em nada. São hoje 44%, contra 40% do ano passado.
Mulheres, pessoas com nível superior e quem só tem um carro são os que se consideram mais prejudicados.
(Rsc)

METODOLOGIA - Essa pesquisa Datafolha é um levantamento por amostragem probabilística junto à população adulta possuidora de telefone da cidade de São Paulo. O levantamento foi realizado por telefone tendo como base a lista de assinantes. Nesse levantamento, feito entre os dia 9 e 11 de junho, foram entrevistadas 406 pessoas. A margem de erro decorrente desse processo de amostragem é de cinco pontos percentuais para mais ou para menos, dentro de um intervalo de confiança de 95%. Isso significa que, se fossem feitos 100 levantamentos com a mesma metodologia, em 95 os resultados estariam dentro da margem prevista. Essa pesquisa é uma realização da Gerência de Pesquisas de Opinião do Datafolha.

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