São Paulo, segunda-feira, 16 de junho de 1997
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Açominas ainda busca privatização

Siderúrgica tenta se livrar da herança de dívidas

FÁBIA PRATES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Privatizada em 93, a Siderúrgica Açominas (Aço Minas Gerais S/A) ainda não conseguiu experimentar o êxito da administração privada, como aconteceu com as demais empresas do setor que saíram das mãos do Estado a partir de 91 (veja quadro ao lado).
O problema, segundo a atual diretoria da Açominas, deveu-se à má gestão da Mendes Júnior, que arrematou 31% da Açominas na época da privatização.
A empresa, que ficou à frente da Açominas por 14 meses, teria deixado uma dívida de US$ 370 milhões, decorrente de empréstimo e de compra de aço da Açominas para a Mendes Júnior.
O diretor de Relações com o Mercado da Açominas, Omar de Oliveira Fantoni, disse, por intermédio de sua assessoria, que a dívida deixada pela Mendes afetou o desempenho da empresa.
A Agência Folha não conseguiu localizar a diretoria da Mendes Júnior. Por meio de sua assessoria de imprensa, a empresa admitiu que tem dívida com a Açominas da ordem de US$ 400 milhões, metade do valor estimado pela Açominas.
O crédito junto a Mendes Júnior, que no ano passado chegava a US$ 808 milhões, com correção, segundo cálculos da Açominas, impediu que a empresa saldasse os compromissos, provocando acúmulo de dívida com o mercado da ordem de US$ 900 milhões.
Em novembro de 1994, a diretoria da Mendes Júnior foi afastada da direção da Açominas, reduzindo sua participação acionária para 17%. Os 17% da Mendes Júnior estão hoje em poder dos bancos BCN, BMC, Real e Multiplic, que também têm créditos à receber junto à Mendes.

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