São Paulo, segunda-feira, 16 de junho de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Varejo é o novo ramo do Bozano

Cartão é uma das estratégias

FERNANDO PAULINO NETO
DA SUCURSAL DO RIO

Tradicional banco de atacado, cujos clientes são empresas com receita anual de, no mínimo, R$ 100 milhões, o Bozano, Simonsen acredita que poderá contrabalançar a concorrência com os bancos estrangeiros buscando outro nicho de mercado: o varejo.
Para isso, o Bozano, Simonsen está utilizando estratégias alternativas à de abrir uma rede de agências para concorrer com os tradicionais bancos de varejo. Uma das ações, que está começando a ser colocada em prática no Rio, é a administração do cartão de crédito da Lojas Americanas.
Segundo Márcio Leite, diretor da Varejo S/A, empresa 100% controlada pelo Bozano, Simonsen, fundada para realizar as ações de varejo, o objetivo é que esse setor responda, em três anos, por ativos totais de R$ 4 bilhões. Esse valor significa 70% dos ativos totais atuais do Bozano.
Leite diz que, com o acirramento da concorrência estrangeira, e a consequente redução dos preços, os tradicionais clientes do Bozano, Simonsen remunerarão menos do que atualmente. Daí a necessidade de buscar alternativas.
"Desde o ano passado, o varejo é segmento importante para a aquisição de ativos", diz Leite.
No caso da Lojas Americanas, por exemplo, o volume de vendas esperado com o cartão "private label" (marca exclusiva) é de R$ 400 milhões. A expectativa é ter 1,2 milhão de cartões em um ano.
O volume de investimentos do Bozano no negócio é de R$ 10 milhões a R$ 15 milhões no período de um ano. A estimativa é que a carteira de financiamento fique em torno de R$ 120 milhões.
Teste com cartão
O cartão foi testado e aprovado em março/abril, em Salvador. No Rio, já há 60 mil clientes cadastrados. A distribuição começou no dia 6. A intenção é colocar o cartão em São Paulo no mês que vem.
Ao mesmo tempo, o Bozano, Simonsen também está associado ao grupo Multiplan para vender seguros e outros produtos financeiros aos clientes dos seis shoppings da rede espalhados pelo país (em São Paulo, o MorumbiShopping, e o no Rio, o BarraShopping).
Segundo Leite, os corretores abordam os clientes dos shoppings nos estacionamentos para captar informações e, então, entrar em contato telefônico para tentar vender seguros. São 6 milhões de pessoas e 2,5 milhões de carros que visitam os shoppings mensalmente.
Com a expansão da operação para dez shoppings, em três anos o Bozano, Simonsen espera ter 10 milhões de clientes por esse canal.
A intenção é também vender seguros e financiamento de automóveis para os clientes da Rede Projeto, concessionária Fiat pertencente a Pacifico Paoli (ex-Fiat).
Outra incursão do Bozano na área de financiamento a pessoas físicas foi a incorporação da seguradora Oceânica (que pertencia ao grupo Fragoso Pires), que pretende explorar o diferencial de preço.

Texto Anterior: A quatro mãos (18)
Próximo Texto: Grupo decide investir em seguro e oficina
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.