São Paulo, quarta-feira, 18 de junho de 1997 |
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Mulheres envelhecem sozinhas em SP
AURELIANO BIANCARELLI
Os dados sobre a "velhice feminina" constam do boletim "Mulheres em Dados", divulgado ontem pela Fundação Seade, sistema estadual de análise de dados. Em 1995, a esperança de vida da mulher paulista ao nascer era de 73,9 anos, quase uma década mais que os homens, que ficavam nos 64,9 anos. Essa "sobrevida" feminina -cuja tendência é de crescimento- pode se transformar num período de vida promissor, como relatam algumas mulheres (leia depoimentos na página 3). Para a maioria, no entanto, viver mais que os homens está significando carregar o fardo da família. No grupo de chefes de família acima de 65 anos, 44% são mulheres, quase três vezes mais que na população em geral. É nesse período da vida que a mulher está mais sujeita a doenças. "As políticas públicas de saúde precisam levar em conta a feminização da velhice", diz Guita Grin Debert, antropóloga da Unicamp. Segundo os dados do Seade-IBGE, 53,9% das mulheres com mais de 65 anos estão vivendo com filhos casados ou solteiros. Essa presença da família nem sempre significa um apoio para a mulher. "Em muitos casos, está ocorrendo uma inversão", diz João Toniolo Neto, do Centro de Estudos do Envelhecimento da Universidade Federal de São Paulo. Por causa de dificuldades financeiras, é cada vez mais comum filhos -casados ou solteiros- se mudarem para a casa da mãe viúva, que ao longo da vida conseguiu comprar um imóvel. "Nessas condições, a mulher idosa acaba perdendo a individualidade", diz Toniolo. LEIA MAIS sobre envelhecimento feminino na página 3-3 Texto Anterior: Doralice, 66, escapou da depressão e namora Próximo Texto: Homem sozinho morre antes Índice |
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