São Paulo, quarta-feira, 18 de junho de 1997
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Homem sozinho morre antes

AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Estudos em vários países vêm mostrando que o homem sozinho vive menos que o acompanhado. "A mulher é um fator de melhor qualidade de vida para o homem", diz João Toniolo, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Esse quadro também aparece num trabalho de seguimento que a Unifesp está fazendo com 1.600 idosos, há cinco anos. As razões, segundo João Toniolo, podem estar nas depressões, na falta de regularidade na alimentação e no estilo de vida dos homens que vivem desacompanhados.
As pesquisas permitem concluir que os homens, que já morrem bem antes que suas mulheres, morreriam ainda mais cedo se suas mulheres vivessem menos.
A esperança de vida das mulheres, ao nascerem hoje, no Brasil, é nove anos maior que a dos homens. Um século atrás, essa diferença era bem menor. Em 1900, segundo dados internacionais, as mulheres viviam entre dois a três anos mais que os homens.
Hoje, a diferença a favor das mulheres estaria entre cinco e nove anos. Segundo dados divulgados pelo Seade, a vantagem feminina nos países em desenvolvimento estaria entre três e seis anos.
No Brasil, entre 1986 e 1995, a esperança de vida das mulheres passou de 72,4 anos para 73,9, uma variação de 2,1%. A esperança de vida dos homens, nesse mesmo período, passou de 64,5 anos para 64,9, variação de apenas 0,6%.
Embora existam indicações de que o homem possa vir a viver tanto quanto as mulheres, os especialistas ainda não estão certos de que os dois sexos terão a mesma sobrevida. Até agora, o avanço da medicina não conseguiu contrabalançar a diferença de estilo de vida e características fisiológicas que levam o homem a morrer antes.
(AB)

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