São Paulo, quarta-feira, 18 de junho de 1997 |
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Dá um tempo, Brasil!
THALES DE MENEZES
Em Bolonha, Kuerten perdeu por dois motivos: uma indisposição física, evidente até antes do momento em que ele chamou atendimento médico na quadra, e a boa forma de Félix Mantilla, um craque em saibro. A tese de "esgotamento" cai por terra diante dos dois sets que Kuerten disputou em seguida, para ganhar o título de duplas ao lado de Meligeni. Está certo que jogar duplas é maneiro, exige menos do físico, mas o brasileiro mostrou mais disposição do que havia exibido minutos antes, contra Mantilla. Que Kuerten não foi o mesmo tenista lépido de Roland Garros, isso é verdade, mas não estava próximo de um estresse, como querem alguns. Em 1977, o argentino Guillermo Vilas disputou no ano 156 jogos de simples, com 152 vitórias, recorde histórico. O que isso tem a ver com Kuerten? Muito. É um exemplo para explicar às pessoas que um profissional tem preparo físico para jogar quase todos os dias. Se Kuerten está cansado, não é de tantos backhands ou voleios. É dessa badalação insana em torno dele. Se ele deveria ter jogado em Bolonha? Lógico! Ganhou mais alguns milhares de dólares e subiu do 15º para o 12º posto no ranking, o que não é fácil. O público precisa aprender que o tênis não é feito apenas de Roland Garros e Wimbledon. Um profissional corre o mundo atrás de prêmios, essa é a vida dele. E que ninguém vá importunar Kuerten depois de uma eventual derrota na grama de Wimbledon. Ele vai lá para aprender. Podem deixar que ele descansa depois. Texto Anterior: De cima, seleção só exibe a sua face esquerda Próximo Texto: Pura loteria; Sorte ou azar? Índice |
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