São Paulo, segunda-feira, 23 de junho de 1997
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TV faz sátira com brasileiro

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DO ENVIADO ESPECIAL A NOVA YORK

FHC chegou a Nova York junto com o verão de 97, com temperatura de até 37°C. Mas, mesmo no confortável Hotel Intercontinental (um pouco menos cafona desde que a Sociedade Protetora dos Animais tirou do saguão a imensa gaiola dourada com pássaros tropicais), FHC pode ter sentido desconfortável calor no sábado caso tenha ligado a TV na rede NBC.
O programa satírico "Saturday Night Live" mostrou um desenho animado em que um presidente do Brasil (pelo bigodão do personagem, a inspiração talvez tenha sido Sarney, fã do Intercontinental) conversava em inglês (com sotaque espanhol) com o vice-presidente Al Gore sobre ecologia, num jardim amazônico.
O brasileiro diz que seu país defende o ambiente e Gore é atacado pelas árvores do jardim. Para se safar, Gore pede ajuda a um grupo de super-heróis, os ex-presidentes dos EUA, que o salvam com seus superpoderes.
É improvável que FHC tenha visto o programa, dos mais inteligentes da TV do país. Suas opções culturais nesta viagem não fazem jus à grandeza do seu intelecto.
Nova York oferece alternativas mais sofisticadas do que sapateado e arte bizantina (leia texto nesta página). Por exemplo: a magnífica antologia do desenho (de Durer a Rauschenberg) no Guggenheim, a retrospectiva de Keith Haring no museu Whitney, "Henrique 8º", de Shakespeare, no Central Park, ou o festival de jazz do Lincoln Center. Mas gosto não se discute.

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