São Paulo, segunda-feira, 23 de junho de 1997 |
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Collor prepara marketing para volta
LUCAS FIGUEIREDO; CARI RODRIGUES
O plano é promover a exposição gradativa de Collor nos próximos cinco anos, fazendo com que se crie um clima de expectativa e curiosidade -na imprensa e na opinião pública- sobre o futuro do ex-presidente. O retorno político viria somente em 2002, quando a pena que o impede de exercer funções públicas por oito anos, imposta pelo Congresso em 92, já terá acabado. A estratégia foi discutida nos últimos dias em Brasília, onde Collor esteve de passagem. Collor viajou de Miami, onde mora, para o Brasil para acompanhar a mulher, Rosane, que depôs na Justiça em um processo movido contra ela, e também para acompanhar o enterro de frei Damião. Nas recentes conversas entre Collor e seus aliados, chegou-se a discutir a possibilidade de tentar a suspensão da pena na Justiça para que o ex-presidente se candidatasse já no próximo ano, quando acontecem as eleições para presidente, governadores e Congresso. Na avaliação da maioria do grupo, no entanto, o Supremo Tribunal Federal dificilmente concederia a Collor o direito de voltar à cena política antes de 2000 -recurso negado anteriormente. Mas, no horizonte dos colloridos, uma vitória eleitoral daqui a cinco anos é praticamente certa. E, por isso, é preciso reconstruir a imagem do ex-presidente. "Bateram muito nele. Na minha opinião, a volta de Collor deve ser aos poucos", disse Ronaldo Monte Rosa, amigo do ex-presidente que dirigiu a Embratur em sua gestão. Foi na casa de Monte Rosa onde aconteceram, no último dia 14, as cenas mais explícitas da retomada do marketing collorido. Detalhes foram pensados para chamar a atenção em churrasco em homenagem ao ex-presidente. A divulgação do evento ficou por conta do jornalista Sebastião Nery, adido cultural em Paris durante o governo Collor, que passou à imprensa notas sobre a realização do churrasco. Foi o bastante para que repórteres dos principais veículos de comunicação fizessem plantão na porta da casa de Monte Rosa ao meio-dia, horário marcado para o almoço. Collor só chegou às 15h, acenou para os jornalistas e entrou sem dar entrevista. Também foi calculado o lugar onde o ex-presidente ficaria: em uma mesa posicionada em frente ao muro onde fotógrafos se amontoavam para tentar registrar as cenas do almoço. (LUCAS FIGUEIREDO e CARI RODRIGUES) Texto Anterior: TV faz sátira com brasileiro Próximo Texto: Para Motta, crise na base governista já foi superada Índice |
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