São Paulo, segunda-feira, 23 de junho de 1997
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Entidade distribui seringas em São Paulo

BETINA BERNARDES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A troca de seringas pelos usuários de drogas não é adotada em São Paulo como parte da política municipal e estadual do controle de Aids, mas é feita há 20 meses de forma incipiente pela Apta (Associação para Prevenção e Tratamento da Aids).
O "kit nervoso" ou "kit baque seguro", como foi batizado o estojo com três seringas, água destilada, algodão e preservativos é distribuído aos usuários de drogas injetáveis por agentes comunitários.
O problema maior, segundo coordenadores do projeto, é convencer os usuários da importância do preservativo. Outra dificuldade é que os UDIs não aceitam andar com o kit, com medo de que ele possa servir para identificá-los.
O programa é desenvolvido principalmente nas zonas central e leste da cidade e atinge cerca de 50 usuários. Segundo a Apta, considerando os amigos, parceiros e familiares que também tomam contato com a filosofia da prevenção, esse número pode chegar a mil.
Os defensores do programa de troca de seringas partem do princípio de que ela não é responsável pela existência e consumo da droga, assim como o copo não responsável pelo alcoolismo.
Para eles, é fundamental a aprovação da nova legislação sobre drogas. O Ministério da Saúde, por meio do Projeto de Drogas, financia seis linhas de trabalho sobre o assunto, da pesquisa às atividades de prevenção de contaminação do HIV entre os UDIs, passando pelo treinamento de pessoal, tratamento e reinserção de dependentes. Os recursos somam R$ 10 milhões.
(BB)

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