São Paulo, segunda-feira, 23 de junho de 1997
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Confronto de taxistas e liminares ameaçam

ROGERIO SCHLEGEL
DA REPORTAGEM LOCAL

Duração mais longa, liminares em favor de gestantes e mulheres que amamentam, fiscalização descentralizada, confronto entre taxistas contra e a favor.
O rodízio de 97 enfrenta outros desafios além de ter de provar que é possível incluir os caminhões na operação.
A ameaça mais imediata vem dos taxistas. Parte dos motoristas quer abater R$ 2 por corrida durante o programa, só que a outra parte -a dos que são contra o desconto- promete depredar o carro de quem baixar o preço.
Hoje, estréia da operação, o clima deve ser de tensão na rua.
Outro problema tem efeito retardado. Na semana passada, uma liminar liberou do rodízio todos os veículos com gestantes e mulheres em período de amamentação.
Os carros serão autuados, mas os proprietários poderão entrar com recurso administrativo junto à Operação Rodízio para que a multa não seja cobrada.
A decisão da Justiça não define como ficará provada a condição de gestante ou lactante, o que pode estimular qualquer pessoa que tenha uma mulher nessas condições na família a desrespeitar a Operação Rodízio.
Fiscalização
O controle do rodízio deste ano terá fiscais de prefeituras atingidas pelo programa, que firmaram convênio com a Secretaria do Meio Ambiente.
É um complicador. No ano passado, apenas com funcionários da secretaria e policiais militares do CPTran (Comando de Policiamento de Trânsito) como fiscais, houve alto índice de autuações incorretas, que tiveram que ser desprezadas.
Perto de 10 mil das 124 mil multas válidas do ano passado foram anuladas por haver divergência entre o que foi anotado pelo fiscal e os dados reais do veículo supostamente flagrado desrespeitando o rodízio.
Duração
Em matéria de duração, há dois pontos críticos. O rodízio vale também para o período das férias de julho, quando muitos carros saem das ruas naturalmente e é mais difícil para o motorista se conformar em deixar o seu em casa compulsoriamente.
A operação de 97 também é pelo menos duas vezes mais longa que a do ano passado, o que até o secretário Fábio Feldmann admite ser um teste para o comportamento dos motoristas envolvidos.
Pesquisa
O respeito ao rodízio 97 promete ser maior que no ano passado. Pesquisa Datafolha feita de 9 a 11 de junho mostrou que 98% pretendem respeitar a restrição.
No ano passado, 90% manifestaram intenção de obedecer à restrição, em levantamento feito às vésperas da operação. No primeiro dia de 96, houve 88,5% de respeito, segundo a Secretaria do Meio Ambiente. Na média, a obediência ficou na casa dos 95%.
(RSc)

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