São Paulo, segunda-feira, 23 de junho de 1997 |
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Governador quer tropas chinesas antes
JAIME SPITZCOVSKY
A China argumenta que os soldados são necessários para "garantir a defesa do território" e a segurança do presidente Jiang Zemin durante a cerimônia de devolução. No próximo dia 30, terminam 156 anos de colonialismo britânico em Hong Kong. O território volta ao controle da China sob a fórmula "um país, dois sistemas", que prevê a manutenção, por 50 anos, do sistema capitalista. Pequim já enviou 196 militares para organizar a instalação das tropas que ficarão em Hong Kong a partir de 1º de julho. Londres rejeita a idéia de receber mais soldados chineses na tarde do dia 30. A China também já argumentou que só pode garantir a defesa do território "de maneira satisfatória" a partir dos primeiro minutos de 1º de julho caso suas tropas cheguem na véspera. Tung Chee-hwa também reafirmou que as mudanças nas leis aprovadas no começo do mês pela Assembléia Legislativa provisória, indicada pela China, passam a vigorar a partir da 0h de 1º de julho. Hoje, organizadores de manifestações devem apenas informar seus planos às autoridades. No regime pós-colonialismo, atos públicos com pelo menos 30 pessoas deverão ter sinal verde da polícia. Grupos pró-democracia e anti-Pequim, como o Partido Democrático, planejam desafiar o novo governo já na madrugada de 1º de julho, com protestos que, segundo as novas leis, precisam de aprovação prévia da polícia. Tung Chee-hwa está negociando com o Partido Democrático, o maior de Hong Kong, que planeja protesto contra a dissolução do atual Conselho Legislativo, formado com reformas democratizantes implementadas por Londres e que será substituído pela Assembléia Provisória, indicada por Pequim. Tung não quer que a manifestação do partido atrapalhe as cerimônias organizadas pela China e também busca evitar embaraços para o presidente Jiang Zemin. Pesquisa Para os moradores de Hong Kong, o possível fluxo de imigrantes vindos da China, corrupção e delinquência preocupam mais do que a falta de liberdade, indicou uma pesquisa publicada ontem pela revista "Time" e pela CNN. Segundo o levantamento, 63% dos entrevistados consideram que Hong Kong vai sair ganhando, contra 10% que acham a mudança prejudicial. Apenas 8% disseram crer na possibilidade de uma repressão sangrenta, similar àquela da praça da Paz Celestial, em 1989. Texto Anterior: Temporal mata 18 e desabriga 34 mil Próximo Texto: Mulher do presidente filipino canta para 65 mil Índice |
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