São Paulo, segunda-feira, 23 de junho de 1997 |
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Economia é o desafio nacional
FERNANDO CANZIAN
O país, que mal emergiu do comunismo (comunistas ainda são 1/3 no Parlamento), continua travado por velhos sistemas, que exigirão anos para ser desmontados. O caso das residências é exemplar: 70% das casas e apartamentos russos ainda pertencem ao Estado, que gasta a fábula de 1/3 do seu orçamento para conservá-las. O plano do governo é simplesmente doar essas casas -tomadas dos ricos e dadas aos pobres ou construídas durante o comunismo- para quem já mora nelas. Mas, mesmo com o metro quadrado a US$ 1.000 em Moscou, poucos querem assumir o risco. No país dos rublos, os empregados públicos -seja capitão de porta-aviões ou professor- ganha o equivalente a US$ 250 por mês (1.450.000 rublos). É pouco. Dá para o básico no país que quer se internacionalizar. O velho e novo Por isso, os russos ainda preferem que sua casas sejam um problema do Estado. Assim, um único item, a habitação, drena 30% de tudo o que poderia estar sendo colocado em outras áreas. Isso está mudando. Um funcionário de um banco estrangeiro ou um guia turístico podem faturar hoje entre US$ 1.500 e US$ 2.500 por mês, o que já os coloca em uma posição de assumir uma casa e conquistar outras coisas. Para esses "neoempregados" russos, a vida parece fluir como em qualquer outro país. Com os fantasmas das filas e da falta de produtos enterrados no passado, já podem desfrutar de todos os objetos do desejo e bugigangas produzidas pelo capitalismo. (FCz) Texto Anterior: Rússia tem pressa de resolver problemas Próximo Texto: Armadilhas rondam aeroporto Índice |
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