São Paulo, segunda-feira, 23 de junho de 1997
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Armadilhas rondam aeroporto

FERNANDO CANZIAN
DO ENVIADO ESPECIAL À RÚSSIA

Como todos os "neocapitalistas", os russos querem se dar bem. E turistas são uma fonte de renda. É preciso cuidado, pois eles estão muito criativos na área dos golpes.
No aeroporto de São Petersburgo, por exemplo, as balanças "acrescentam" pelo menos 4 kg às malas, e os funcionários chegam ao cúmulo de pesar bolsas de mão e compras de free shop para que você tenha de pagar pelo excesso de bagagem.
Constatado o excesso, o que fazem? Cobram e pronto? Não. Propõem um acordo em que você paga "por fora" a metade do valor relativo ao excesso que foi acrescentado às malas.
E o negócio é descarado, à luz do dia, na frente de todo mundo.
Nas casas de câmbio, não estranhe se uma hora derem o recibo da transação e, na outra, não. Estão apenas sonegando, como em qualquer lugar do mundo. Reclamar só causa chateação: a russa do outro lado da janela começa a falar, em russo, e não pára mais.
Nos táxis, combine a corrida antes de colocar o pé no carro. Mesmo assim, por ser turista, você estará pagando pelo menos três vezes mais pela corrida.
O que não custa tentar, e as vezes funciona, é treinar umas três vezes o nome do lugar para onde quer ir e caprichar no sotaque na hora de entrar no táxi. Depois, bico fechado. Você poderá passar por estrangeiro, mas não por turista.
O fato é que, com US$ 10, você pode atravessar boa parte da zona central de Moscou ou São Petersburgo ou andar apenas quatro quarteirões. A matemática dos taxistas russos para os turistas mostra sempre números redondos.
Por isso, nos trajetos curtos, ofereça logo US$ 5 (eles não vão aceitar). Para caminhos mais longos, ofereça US$ 10.
(FCz)

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