São Paulo, quinta-feira, 26 de junho de 1997 |
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Entenda o caso do mercado de votos - Quem já depôs Sérgio Motta, ministro das Comunicações - A acusação Citado nas fitas obtidas pela Folha gravadas pelo "Senhor X" como o responsável pela "cota federal" do pagamento da compra do voto de deputados. Teria dado, também, uma concessão de TV ao ex-deputado Ronivon Santiago - A defesa O ministro disse que se encontrou com quatro dos acusados de envolvimento no caso da compra de votos, entre os dias 23 de janeiro e 6 de março, período que coincide com as duas votações da emenda da reeleição na Câmara. Ele negou qualquer envolvimento. Segundo Motta, nos encontros foram tratadas reivindicações relacionadas à sua pasta e à obra da BR-364, no Acre. Motta disse que, até maio, havia recebido 2.015 parlamentares e tentou desqualificar os ex-deputados Ronivon Santiago e João Maia, que aparecem nas gravações citando em conversas com o "Senhor X" - O que falta esclarecer Qual foi o teor das conversas que teve com os deputados João Maia (em 23 de janeiro), Ronivon Santiago (6 de março) e Osmir Lima (20 de fevereiro, e com o governador do Acre, Orleir Cameli (26 de fevereiro). O ministro também não esclareceu como foi aprovada a concessão do canal 40 para Ronivon Santiago e qual foi sua influência na liberação de verbas para a BR-364 - Quem já depôs Amazonino Mendes (PFL), governador do Amazonas - A acusação Seria um dos responsáveis pela intermediação da compra de votos em favor da reeleição e pelo pagamento dos deputados - A defesa O governador admitiu ter "trabalhado com empenho" pela aprovação da reeleição, mas negou envolvimento no caso e também ter tido contatos com os deputados acusador de vender votos. Amazonino recusou-se a abrir mão de seu sigilo bancário, fiscal e telefônico - O que falta esclarecer Por que ele é citado por Ronivom como responsável pelo pagamento de deputados se não tem envolvimento no caso? - Quem já depôs Luís Eduardo Magalhães (PFL), líder do governo na Câmara - A acusação Seria o intermediário das audiências com ministros para as negociações de compra de votos - A defesa "Jamais permitiria que ninguém tivesse a ousadia de me pedir uma audiência com quer que seja e, antecipado um assunto dessa natureza, que terminasse de falar na minha presença" - O que falta esclarecer Se ele não tem envolvimento no caso, por que o ex-deputado João Maia o citou como responsável por marcar encontro com o deputado interessado em vender o voto e Sérgio Motta? - Quem já depôs Pauderney Avelino (PFL-AM), deputado - A acusação Segundo as gravações, seria o intermediário entre o governador Amazonino Mendes, Luís Eduardo Magalhães e Sérgio Motta na negociação da compra de votos - A defesa Ele afirmou que, na condição de vice-líder do governo na Câmara, marcava audiências de deputados com ministros, mas negou que tivesse prometido pagar votos. "Nunca propalei pelos corredores que haveria qualquer compensação pecuniária. Não seria língua-de-trapo, boquirroto e irresponsável a esse ponto" - O que falta esclarecer O que ele prometeu aos deputados em troca do voto em favor da reeleição? Por que ele é citado nas gravações se não tem envolvimento? - Quem já depôs Zila Bezerra (PFL-AC) - A acusação Recebeu R$ 200 mil para votar a favor da emenda da reeleição, no primeiro turno, em 28/1/97 - A defesa Disse à comissão de sindicância que estava surpresa com a citação de seu nome nas gravações e negou que tivesse vendido seu voto por R$ 200 mil. Disse que se decidiu a votar a favor da emenda após audiência com FHC - O que falta esclarecer Por que mudou de opinião em cima da hora e passou a defender a reeleição - Quem já depôs Osmir Lima (PFL-AC) - A acusação Recebeu R$ 200 mil para votar a favor da emenda da reeleição, no primeiro turno, em 28/1/97 - A defesa Negou à comissão de sindicância que tenha vendido seu voto e disse que não tomou conhecimento desse tipo de operação - O que falta esclarecer Por que era a favor da reeleição somente para os próximos presidentes e passou a defendê-la já para Fernando Henrique Cardoso - Quem já depôs Chicão Brígido (PFL-AC) - A acusação Recebeu R$ 200 mil para votar a favor da emenda da reeleição, no primeiro turno, em 28/1/97 - A defesa Negou à comissão de sindicância ter vendido seu voto a favor da emenda da reeleição por R$ 200 mil - O que falta esclarecer Por que era a favor da reeleição somente para os próximos presidentes e passou a defendê-la já para Fernando Henrique Cardoso - Leia trechos das gravações do "Senhor X" "E que esse dinheiro do Amazonino (Mendes) era o dinheiro que estava aí. Você entendeu? Que o Serjão (Sérgio Motta) já tinha acertado", afirmou o deputado João Maia ao "Senhor X", segundo as gravações "Eu tive lá com o Sérgio Motta. Tu tá sabendo que eu tô com a... levando uma televisão, o canal 40, né? De Quinari. Nós estamos inaugurando agora", disse o ex-deputado Ronivon Santiago, nas fitas "Quem deu o dinheiro para ele (Orleir Cameli) lá foi o Amazonino. Ele não trouxe nem o dinheiro. O problema é o seguinte: o Amazonino marcou dinheiro para dar 200 para mim, 200 pro João Maia, 200 pra Zila e 200 pro Osmir", afirmou Ronivon ao "Senhor X" Texto Anterior: Governador nega acusações Próximo Texto: Presidente autoriza troca na Suframa Índice |
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