São Paulo, quinta-feira, 26 de junho de 1997
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Menino espera 24 horas para ser internado em hospital do RJ

RENATA RODRIGUES
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O menino Rodiney Luiz Monteiro Sales de Assis, 14, demorou quase 24 horas para conseguir ser internado no CTI de um hospital público no Rio.
Rodiney foi atropelado anteontem à tarde, no bairro de São Cristóvão (zona norte do Rio). Ele foi levado para o hospital municipal Souza Aguiar (centro), onde deu entrada por volta de 12h40. Segundo o pai do menino, Carlos Alberto Ferreira da Silva, 33, eles foram informados pelo hospital que não havia vaga no CTI e que o tomógrafo estaria quebrado.
Enquanto a família tentava uma vaga em outro lugar, o menino -que, de acordo com o hospital, deu entrada em coma, com traumatismo craniano- ficou recebendo tratamento na unidade de politraumatismo.
Silva disse que por volta de 22h eles confirmaram a chance de realizar o exame no Salgado Filho (zona norte). Os pais de Rodiney alugaram uma ambulância com UTI, que não tinha no hospital.
Após o exame, o menino foi levado de volta ao Souza Aguiar por volta de 1h30 e só conseguiu ser internado no CTI por volta das 11h de ontem, quando a família já havia mobilizado a imprensa em torno do caso.
A diretora do Souza Aguiar, Maria Emília Amaral, disse que o hospital realmente enfrenta uma situação de excesso de demanda.
Policial
O cabo da PM (Polícia Militar) José Carlos dos Santos Queto, 37, que morreu ontem no início da tarde, foi mais uma vítima da espera por atendimento nos hospitais públicos do Rio. Queto foi baleado anteontem à noite, quando reagiu a um assalto. Policiais tentaram internar o cabo em vários hospitais. Ele só foi atendido no hospital da Marinha, Marcílio Dias (zona norte), por volta de meia-noite.

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